REVITALIZAÇÃO DO PAVILHÃO - DIAGNÓSTICO
Segundo o principal teórico da restauração, o italiano nascido em Siena Cesare Brandi (1906-1988), a restauração deve ser compreendida como qualquer tipo de intervenção que permita recuperar a função de um produto da atividade humana.
A estrutura de alvenaria do antigo pavilhão da luneta Meridiana de Gautier possuía uma função determinada que era dar suporte à cúpula que protegia a luneta meridiana ali instalada, além de permitir a visualização do céu para os estudos astronômicos aqui desenvolvidos. Sua situação era crítica desde a década de 1980 e o vestíbulo que dava acesso ao pavilhão era ocupado por atividade administrativa.
Seguindo o conceito de Brandi, o processo de restauração que foi realizado teve como objetivo restabelecer a função da estrutura de alvenaria, já que passou a ser o suporte da estrutura metálica, construída para dar proteção ao instrumento restaurado. Quanto ao vestíbulo, as intervenções procuraram seguir o mesmo princípio, restabelecendo sua função de dar acesso ao pavilhão.
Nesse painel, podem ser vistas imagens que apresentam a situação do conjunto antes das intervenções realizadas, mostrando o aspecto crítico em que se encontrava a construção.
REVITALIZAÇÃO DO PAVILHÃO - INTERVENÇÃO
O segundo princípio de restauração, definido por Cesare Brandi, determina que:
"A restauração deve ter por objetivo restabelecer a unidade da obra, na medida em que isso é possível, sem produzir uma falsificação histórica”. (Cesare Brandi, Teoria del Restauro, 1957.)
Seguindo a mesma teoria, decidiu-se construir uma cobertura em metal, para proteção do instrumento, que tivesse a mesma forma e volumetria da original, cor similar, mas que não fosse uma réplica da mesma, pois constituiria um falso testemunho. Assim, a cobertura não mais apresenta partes móveis, já que sua função atual é apenas de proteção e não mais a de permitir a visualização do céu para as observações com a luneta meridiana.
Nas imagens espalhadas por esse painel podemos visualizar as etapas principais do trabalho de restauração realizado e de montagem da cobertura metálica.
“Para que a restauração seja uma operação legítima não pode presumir que o tempo é reversível ou que a história pode ser eliminada. Além disso, deve ser enfatizada como um evento histórico real, desde que é uma ação humana, e fazer parte do processo pelo qual a obra é transmitida para o futuro.
”(Cesare Brandi, Teoria del Restauro, 1957.)