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FUNCIONAMENTO DO INSTRUMENTO


O Círculo Meridiano de Gautier possui uma objetiva composta por duas lentes de 213mm de diâmetro e tem uma distância focal de 2,35 m, sendo seu eixo de rotação orientado na direção Leste-Oeste. Suas extremidades cilíndricas em aço polido repousam sobre mancais fixados a duas bases de ferro, que são chumbadas a pilares independentes da edificação para evitar vibrações indesejadas. A este eixo é fixada a luneta, que pode girar no plano vertical Norte-Sul (plano meridiano instrumental) e que é constituída de dois tubos acoplados às faces opostas de um cubo central. Nos extremos dos tubos estão montadas a objetiva, que é o componente ótico que recebe a luz e permite a formação da imagem da estrela, e no lado oposto, a ocular micrométrica, através da qual o observador visualiza as estrelas a serem observadas.

Dois conjuntos de círculos de cerca de um metro de diâmetro estão montados paralelamente ao plano de giro do instrumento, um a Leste e outro a Oeste, e dois deles possuem um círculo graduado de prata, nos anéis externos divididos a cada cinco minutos de grau, num total de 4.320 divisões. As distâncias zenitais são obtidas através da combinação de leituras dos círculos graduados por meio de seis microscópios para cada círculo, dispostos em intervalos de 60º, cuja iluminação para visualização da escala graduada é realizada por reflexão através de seis espelhos dispostos em duas peças de formato cônico e colocadas nas extremidades do eixo horizontal.

No lado oposto à objetiva desta luneta, instala-se um contra peso e um micrômetro, no qual há um dispositivo de fios, de um reticulado (produzidos a partir da teia de aranha), iluminados por uma lâmpada elétrica. Com este aparelho podia-se determinar as distâncias zenitais dos astros e delas deduzir as declinações. Para este tipo de observações, com o Círculo Meridiano, utilizava-se o banho de mercúrio. Costumava-se tomar a distancia zenital de uma estrela, em sua culminação, colocando-se no orifício existente no centro do piso do pavilhão, uma cuba com mercúrio e girava-se a luneta, de modo que o cruzamento dos fios do retículo coincidisse com sua imagem refletida. Tinha-se assim a certeza de que o eixo ótico estava vertical. Voltava-se a dirigir a luneta para o astro e a distância zenital seria 180º menos o ângulo que a luneta descrevesse desde o nadir (posição refletida no banho de mercúrio) até o astro.

Auxiliado por uma pêndula sideral, podia-se também determinar a ascensão reta de um astro e conhecendo-se esse parâmetro, em sua passagem pelo meridiano, tinha-se o tempo sideral. O observatório dispunha para este fim, de aparelhos registradores chamados “electro-cronografos”, nos quais, com um simples interruptor, o observador podia, à distancia, registrar a hora da observação, isto é, a hora da passagem do astro, por conseqüência sua ascensão reta.