As imagens de instrumentos e objetos de inovação tecnológica n`O Vulgarisador pode ser visto como uma estratégia para se levar a ciência “ao alcance de todas as inteligências”, utilizando-se uma expressão da época e ao mesmo tempo, entreter o leitor com as novidades do mundo da ciência. Ao analisar a série de imagens representativas do progresso científico e tecnológico de seu tempo, observa-se que estas assumem uma função de concretização de uma cultura científica mais geral e abstrata no cotidiano da sociedade brasileira. O esforço de popularizar estes objetos remete ao desejo da época em modernizar o Brasil, desde a economia até os costumes. Desta forma, ao analisar estas imagens, se está evidenciando como a ciência e a tecnologia foram disseminadas num momento crucial de transformação política e cultural da sociedade brasileira, como no caso de se ver a tecnologia como solução para o problema da mão-de-obra, preparando o país para a abolição da escravidão.
Os avanços da capacidade de impressão e a reprodução em larga escala destas imagens, tornando-as como símbolo do progresso, agora identificada instantaneamente com a modernidade. Interessante notar que no momento em que o Brasil discutia as formas da abolição da escravidão, a ênfase à técnica estava em pauta, mesmo que posteriormente, veremos que não foi a solução encaminhada para o problema da mão-de-obra. Nas páginas do jornal também nota-se projeções de como naquele dado instante se esperava e se ansiava pelo porvir, tal qual freqüentemente se via nas grandes exposições, espaços incríveis para se imaginar como seria este futuro regido pela ciência e a técnica. Assim, leitor verá imagens de fogões, tidos como objetos de tecnologia e premiados em exposições, os primeiros protótipos do telefone e despertadores elétricos.