Para o público leitor do século XIX, a botânica era uma das disciplinas que mais interesse despertava, tanto no Brasil como no resto do mundo. No Brasil, isto pode ser explicado, entre outros fatores pelo desejo de promover as “coisas pátrias”, segundo expressão da época. Além do evidente interesse econômico. Nas páginas d´O Vulgarisador, a botânica surgiu principalmente através dos desenhos de Joaquim Caminhoá. Esse autor aparece indiretamente como referência de uma série de artigos e que eram ilustrados por gravuras retiradas de seu livro Compêndio de Botânica, como por exemplo “O Microscópio”; “O Bambu”; “Cumaru”; “O Pandano” e uma palmeira. As imagens serviam de apoio ao conhecimento científico que se pretendia divulgar para o público em geral. Além disso, estas imagens deveriam contribuir para um dos principais ideais de divulgação, em outras palavras, para uma educação através do olhar, unindo pedagogia e entretenimento.
O Vulgarizador reconhecia a importância do recurso às imagens como atrativo para os leitores e se compromete em trazer a cada número uma ou mais gravuras. As imagens veiculadas no jornal foram extraídas do Compendio de Botânica de Caminhoá e cumpriram a promessa do editor de sempre trazer uma ilustração para deleite de seu público. É interessante notar a rapidez de publicação no periódico destas imagens, que ocorreram no mesmo ano de lançamento do livro em 1877.
João Barbosa Rodrigues: um divulgador da botânica no final do século XIX
Moema de Rezende Vergara