Imagine um espaço exclusivamente dedicado ao desenvolvimento de inovações educacionais capazes de despertar no público o interesse pela ciência . Em 2012, a ideia virou realidade, quando o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) inaugurou o Laboratório de Inovação em Recursos Educacionais (LIRE). A equipe trabalha na criação de aparatos interativos, recursos multimídia, jogos, shows de ciência; esquetes teatrais, entre outras atividades. O objetivo é contribuir para o melhor desempenho das ações de ensino.

A iniciativa é resultado da longa experiência do MAST na elaboração de atividades para a divulgação da ciência. Entre os destaques dessa história está o programa "Brincando com a Ciência", criado em 1988. A partir de materiais normalmente disponíveis em casa, como garrafas PET, tubos de caneta e bolas de gude, são construídos os mais diversos experimentos, entre eles a rolha automática e os pêndulos dançarinos.Voltada para toda a família, a atividade utiliza princípios científicos para estimular o pensamento, a capacidade de questionar e a criatividade. "Os materiais usados são aqueles com os quais lidamos no dia-a-dia. O espectador precisa estar familiarizado com o que está vendo. Uma garrafa PET, por exemplo, ele conhece, sabe a força necessária para cortar, para torcer. Então, não vai atribuir ao material nenhuma capacidade extraordinária e entenderá o fenômeno exatamente como ele é", explica Ronaldo Almeida, coordenador do LIRE.

Enquanto o "Brincando com a Ciência" se preocupa apenas em apresentar a ocorrência de fatos científicos e leis naturais, em outra linha de ação do LIRE, chamada "Tecnologias do Cotidiano", são desenvolvidos aparatos que mostram como o homem se apropria desses fenômenos e gera benefícios para a sociedade. Entre os destaques está um equipamento capaz de absorver energia solar e gerar eletricidade suficiente para ligar ventiladores e pequenos televisores.

O LIRE realiza ainda serviços sob encomenda para exposições. A partir da solicitação de curadores, são criados aparatos educacionais que despertam a curiosidade e auxiliam na explicação dos temas propostos. Um bom exemplo é o equipamento interativo construído especialmente para a exposição: "Olhar o Céu, Medir a Terra", atração do MAST que apresenta o papel da ciência na época do descobrimento e na definição territorial do Brasil. Para que os visitantes possam vivenciar a experiência de fazer medidas astronômicas como se estivessem em alto mar durante as grandes navegações, o Lire desenvolveu um sistema de projeção de imagens que reproduz o céu noturno visto do mar, além de uma balestilha, instrumento utilizado para medir ângulos entre os astros. Na instalação, o público tem a oportunidade de fazer as medições e sentir as dificuldades que os navegadores enfrentavam na época para determinar a latitude em que o barco se encontrava.

Rodrigo Monteiro
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