Os Ticuna afirmam que a briga da Onça (Ai) e do Tamanduá (Tchatü) ocorre durante a estiagem, para evitar o eclipse do Sol. A época do "verão" é associada pelos Ticuna à abundância de caças, frutas e pesca, e contrapõe-se ao período das chuvas, que é reconchecido por ela e pela ascensão da constelação da Tartaruga (Baweta). A briga ocorre entre as nossas constelações do Escorpião e Cruzeiro do Sul. A Onça localiza-se próxima ao Escorpião e a cabeça do Tamanduá ao Triângulo Austral. No início do "verão", a Onça fica sobre o Tamanduá e, ao final, este aparece vitorioso sobre ela, antes que ambos animais saiam do céu, quando inicia a ascensão da Tartaruga.

Iconografia de artefatos e desenhos indígenas representando a briga da Onça e do Tamanduá durante a estação na qual o índice pluviométrico é mais baixo (de maio a novembro).

Junho a agosto:
Época da vazante (nie'tchigü). A água pára de subir, os peixes acompanham as águas. Repiquete (nie'atchiü ou bainagüu): caracterizado por nova subida das águas, que não voltam a ficar tão cheias quanto na época da alagação. Nesses meses é bom pescar (tcho'ni aru ga), os animais voltam para os locais secos (na'ê'ü aru tchoügü). Limpeza do roçado (taameë'tchicügü).

Agosto a outubro:
Verão (taunecü). Com o rio baixo é bom para fazer roça, plantar e caçar.