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Jayme Tiomno
Fez a maior parte do curso secundário em Muzambinho, MG, completando-o no Colégio Pedro II, Rio de Janeiro. Obteve o bacharelado de Física em 1941 na Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1942, já contratado como Assistente da Cadeira de Física Geral e Experimental regida pelo Acadêmico Joaquim da Costa Ribeiro, auxiliando-o em seu trabalho sobre Efeito Termodielétrico.
Em 1946 Tiomno obteve uma bolsa da USP para estudos pós-graduados com o Acadêmico Mario Schenberg. Em 1947 foi contratado pela USP como Assistente de Física Teórica, na cadeira de Schenberg. Em 1948, Tiomno ganhou uma bolsa de estudos na Universidade de Princeton, EE.UU onde obteve o Ph.D. (meados de 1950).
Descobriu em colaboração com o seu orientador John A. Wheeler a universalidade das interações fracas, seu trabalho de maior repercussão. Durante anos foi denominada triângulo de Tiomno-Wheeler a representação introduzida por esses autores, dessas interações com três pares de partículas nos vértices de um triângulo.
Entre 1949-1950 trabalhou com E.P. Wigner e com C.N. Yang, futuros prêmios Nobel, respectivamente sobre teorias dos neutrinos e interação universal de Fermi.
A década de 1950 foi um dos períodos mais produtivos de Tiomno, quando publicou mais de 20 trabalhos, sobretudo na área da física de partículas. Nesse mesmo período, fundou o CBPF junto com Cesar Lattes e José Leite Lopes, onde foi professor titular. Em uma conferência nos Estados Unidos, em 1960, previu a existência de ressonância nos mésons (partículas das interações fortes, que asseguram a estabilidade do núcleo do átomo), mais tarde comprovada experimentalmente. Foi a primeira ressonância mesônica prevista e descoberta.
Em 1965 Tiomno participou da implantação do Instituto de Física da Universidade de Brasília (como Coordenador). Após o colapso dessa Universidade ele concorreu à Cátedra de Física Superior da USP, obtendo-a. Sua carreira na USP e no CBPF foi interrompida por ter sido atingido em 1969 pelo AI-5, só tendo voltado ao CBPF em 1980.
Em 1971-1972, impossibilitado de trabalhar no Brasil, Tiomno aceitou um contrato conjunto da Universidade de Princeton e do Instituto de Estudos Superiores de Princeton. Centrou então suas atividades em Teoria da Gravitação e Eletromagnetismo publicando doze trabalhos sozinho ou em colaboração com o grupo de J.A. Wheeler.
Em 1973, conseguiu voltar para o Rio de Janeiro para lecionar na Pontifícia Universidade Católica (PUC). Lá formou um novo grupo, em gravitação e campos não-abelianos. Com a colaboração de antigos associados, J. J. Giambiagi e C. G. Bollini e outros, publicou cerca de 10 trabalhos, alguns sobre campos não-abelianos e cópias. Em 1980 ele foi recontratado pelo CBPF que lhe concedeu em 1992, o título de Pesquisador Emérito. Lá ele se uniu ao grupo de M. Novello e I. D. Soares e fundou o Departamento de Relatividade e Partículas (DRP) no qual publicou, com vários colaboradores, mais de 15 trabalhos, principalmente sobre modelos cosmológicos de Godel e de Szekeres e sobre física dos quarks.
Tiomno foi um dos maiores cientistas brasileiros dos últimos 50 anos e foi contemporâneo de uma geração de renomados físicos brasileiros como César Lattes, José Leite Lopes, Oscar Sala, Mário Schenberg e Marcelo Damy, além de ter convivido com os mais experientes físicos estrangeiros de seu tempo.
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