Arquivos Pessoais
Helmut Sick

Ornitólogo e naturalista alemão naturalizado brasileiro, nascido em 1910 em Leipzig, Alemanha, Helmut Sick é considerado o maior ornitólogo brasileiro (embora nascido na Alemanha) tanto pela extensão de sua obra quanto pelo trabalho sistemático realizado ao longo de mais de 50 anos de atividades no Brasil, ele descobriu e descreveu inúmeras espécies novas de aves tropicais. Além de ser o primeiro a escrever de maneira mais aprofundada sobre as aves brasileiras ameaçadas de extinção, contribuindo com seu engajamento para a preservação do habitat dessas espécies.
O arquivo pessoal de Helmut Sick, sob a guarda do MAST e em processo de organização pela equipe do Arquivo de História da Ciência, é composto por cerca de 20.000 documentos (entre textuais, iconográficos – fotos e desenhos - e impressos). Estes registros estão grafados em várias línguas, entre elas o inglês, o espanhol e o alemão, além do português.
Sick estudou nas universidades de Koenigsberg, Munique, Leipzig e Berlim, e trabalhou no Instituto de Pesquisas Médicas do atual Instituto Max Planck (1937-1938). Depois mudou-se para a seção de ornitologia do Museu de Zoologia da Universidade de Berlim (1938), onde colaborou na elaboração do Handbuch der Deutschen Vogelkunde e de um atlas das aves do Velho Mundo (1939). Fez sua primeira viagem ao Brasil (1939) como membro da expedição do Museu de Berlim chefiada por Adolf Schneider¹ , com a missão de coletar material ornitológico e estudar espécies raras como o mutum Crax blumenbachii e o jacu-de-estalo Neomorphus geoffroyi. Neste período contraiu malária no Espírito Santo, doença que portaria de forma crônica por toda a vida. Em 1940 foi nomeado diretor da seção de ornitologia do Museu Nacional de Viena, que guardava na Europa a maior coleção de aves sul-americanas. Por ocasião da II Guerra foi preso (1942), acusado de atividades subversivas a favor da Alemanha nazista, primeiro na ilha das Flores e depois na ilha Grande, ambas no Rio de Janeiro, onde continuou suas pesquisas até ser libertado (1944). Ao fim da guerra radicou-se no país, sendo contratado como naturalista da Fundação Brasil Central (1946), e, posteriormente, pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro como pesquisador (1960), onde se aposentou em 1981. Em 1982 iniciou sua obra mais importante: Ornitologia brasileira, uma Introdução publicada em 1985. Originalmente escrita em alemão, foi depois traduzida para o português e inglês. No livro, Sick descreve grande parte da avifauna brasileira conhecida até então.
Pela importância e reconhecimento do seu trabalho, Sick recebeu diversas homenagens e prêmios, além de ter participado de diversas associações e entidades de estudo e defesa das aves, cujo mais importante foi o Comitê Ornitológico Internacional, como único representante do Brasil, entre 1958 e 1986.
Comandou expedições por todas as regiões do Brasil, escreveu vários livros e artigos, catalogou mais de 3000 exemplares de aves, 840 de mamíferos e répteis, 860 de artrópodes e 870 de plantas. Coletou mais de dez novas unidades taxionômicas de plantas e mais de cinqüenta de animais. Em sua última grande expedição (1978), descobriu a pátria da arara-azul, a Anodorhynchus leari, no Raso da Catarina, Bahia. Promovido a professor titular da Universidade do Brasil, depois UFRJ, ficou até se aposentar (1981), falecendo no Rio de Janeiro a 5 de março de 1991.

* Os registros documentais dessa expedição encontram-se sob a guarda do MAST no arquivo do Conselho de Expedições Artísticas e Científicas no Brasil (CFE), já organizados e publicados em inventário.

DADOS DO ARQUIVO
Descrição: documentos sobre ornitologia e ecologia, incluindo a participação do titular em estudos observações, eventos, entidades, expedições cujo principal objetivo era a observação e a pesquisa sobre pássaros, sobretudo brasileiros.
Datas limite: 1912 - 1991
Número de documentos:
Documentos textuais: 2,7 metro linear
Documentos impressos: ND
Documentos tridimensionais: 6
Situação do arquivo: Não organizado e disponível para consulta mediante agendamento.

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