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George Bemski
George Bemski nasceu em Varsóvia, em 20 de maio de 1923, e faleceu no Rio de Janeiro, em 30 de dezembro de 2005. Passou sua infância e adolescência na capital polonesa, até 1939. Fugindo do nazismo com a família, após rodar a Europa, embarcou para a América Latina com a intenção de se estabelecerem na Argentina. Os planos mudaram, porém, quando aportaram no Brasil.
Em 1949, Bemski obteve o BSc na Universidade da Califórnia, Berkeley, e em 1953 o PhD na mesma universidade. Em 1960, quando estava no ITA, em São José dos Campos, recebeu convite do Acadêmico José Leite Lopes para trabalhar no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), onde ficou pouco tempo. Na época, o seu interesse pela Biofísica era manifesto, e ele estava dando início aos trabalhos nessa área, utilizando a técnica de EPR. Logo viajou para os Estados Unidos, onde trabalhou como pesquisador no Albert Einstein College of Medicine, Bronx, em Nova Iorque.
Na década de 1970 trabalhou no Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas (IVIC), e manteve colaboração com o Departamento de Física da PUC/RJ. Seu trabalho já estava diretamente ligado aos estudos de proteínas, em particular da hemoglobina e do papel dos sítios de ferro da molécula. Mesmo no IVIC, a influência de Bemski na formação de uma geração de biofísicos brasileiros foi enorme, orientando pesquisadores ativos que puderam expandir a área em outras instituições nacionais. Quando retornou ao Brasil, em fins da década de 1970, aí já definitivamente, Bemski sempre se mostrou um motivador de grande personalidade. Sua contribuição foi fundamental para o desenvolvimento da pesquisa em Biofísica, não só na PUC/RJ, como no CBPF, como pesquisador, professor e orientador. Em 1983, foi eleito membro da Academia Brasileira de Ciências.
Durante algumas décadas, Bemski estudou o comportamento dos sítios heme da hemoglobina, contribuindo para a compreensão da cooperatividade que ocorre na absorção de oxigênio pela hemoglobina. Seu interesse abrangia vários aspectos da Biofísica, como as questões relacionadas com a teoria da evolução por seleção natural e suas implicações no nível molecular, particularmente nos processos evolutivos associados à hemoglobina. Com mais de uma centena de importantes trabalhos publicados e dezenas de teses defendidas sob sua orientação, Bemski foi um dos fundadores da pesquisa biofísica em institutos de Física no Brasil.

DADOS DO ARQUIVO
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