O Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) possui uma coleção de mais de 2300 objetos relacionados à história da ciência e tecnologia no Brasil. Grande parte dela é formada por instrumentos científicos utilizados em serviços e pesquisas nacionais nos séculos XIX e XX, entre eles a determinação e a transmissão da hora oficial, a previsão do tempo, a demarcação das fronteiras e as comissões contra os efeitos das secas e de melhoramento dos portos.

São telescópios, teodolitos, círculos meridianos, relógios de precisão, instrumentos de meteorologia e diversos outros objetos. As peças mais antigas remontam ao século XVIII, como o Quarto de Círculo de J. Sisson, construído em Londres, na Inglaterra. "É provavelmente o objeto mais antigo do Museu", afirma Cláudia Penha dos Santos, responsável pelo Núcleo de Documentação e Conservação do Acervo Museológico do MAST (NUDCAM). O Quarto de Círculo era utilizado para determinar a altura dos astros no céu.

Um dos destaques do acervo é um altazimute do final do século XIX inventado pelo astrônomo Emanuel Liais e fabricado nas oficinas de Hermida Pazos, no Rio de Janeiro. Apenas uma peça foi produzida, exatamente a que está exposta no MAST. O instrumento ganhou vários prêmios em exposições no Brasil e na Europa. O Altazimute é o instrumento com que se determina, a um só tempo, a altura e o azimute de um astro. Outros destaques da coleção são o previsor de marés de Kelvin e instrumentos para instalar fios de teia de aranha em retículos.

Cláudia explica que, ao ser recebido pelo Museu, o objeto científico ganha um número de registro que o acompanhará durante toda a sua permanência na instituição. A peça é higienizada, catalogada, fotografada e então acondicionado em reserva técnica. "Após essa etapa inicial, o instrumento pode ser utilizado em pesquisas ou exposições", revela Cláudia. O acervo museológico do MAST é composto, principalmente, de objetos procedentes do Observtório Nacional (ON), mas conta também com aquisições feitas junto a outros institutos de pesquisa científica, como o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), além das doações particulares. Os instrumentos que vieram do ON foram adquiridos pelo Observatório principalmente entre 1850 e 1930. Já os procedentes dos demais institutos datam, em grande parte, de meados do século XX.