Breve histórico da atividade

Até o ano de 1998 os visitantes que pretendiam participar da atividade ao chegar ao museu dirigiam-se aos telescópios e lá eram informados sobre o que seria observado e orientados sobre como proceder durante a observação. Tal dinâmica produzia, algumas vezes, frustrações no público quanto às suas expectativas de observar os astros do mesmo modo com que aparecem nos meios de comunicação.

Por outro lado, os mediadores tinham que repetir a mesma informação diversas vezes e tentar minimizar a frustração do público. Percebeu-se então a necessidade de que uma parte da atividade fosse dedicada à preparação do público para o que seria a observação telescópica e ainda divulgar temas de astronomia. Sendo assim, antes do público dirigir-se aos telescópios, ele era convidado a assistir a um vídeo com temática de astronomia, seguido de uma breve explanação sobre, dentre outros assuntos: os tipos de telescópios, como a imagem do astro é vista através deles, por que não se observa em dias nublados e os cuidados com os instrumentos.

Ao longo do ano 2000, foram criadas apresentações multimídia com o objetivo de mostrar para o público os destaques do céu do mês corrente (O Céu do Mês). Tais apresentações eram realizadas após a exibição do vídeo. Essa forma de conduzir a atividade, que está em vigor até os dias de hoje, recebeu o nome de Programa de Observação do Céu e será descrita a seguir.

Metodologia

O POC desenvolve-se em três momentos:

1- Às 18:30, exibição de um vídeo tendo como tema a astronomia e as ciências afins.

2 – Às 19:00, apresentação da palestra O Céu do Mês, utilizando-se diferentes recursos:

a) Apresentações preparadas para cada mês do ano. Nelas o visitante poderá conhecer as principais constelações visíveis para aquela época do ano, suas principais estrelas e demais objetos como galáxias, nebulosas e aglomerados estelares. Além da mitologia por trás da origem dos nomes destas constelações. Explica-se também a diferença entre as astrofotografias (vistas em websites, livros e revistas) e a observação visual através dos equipamentos. As primeiras normalmente são obtidas com longas exposições e depois pós-tratadas em softwares de imagens, que realçam cores e contraste. Enquanto que o olho humano, que não conta com estes recursos, vê as imagens pouco coloridas e com pouco contraste, o que pode ser decepcionante para o observador desavisado. Informações básicas sobre os diferentes tipos de telescópios (refrator, refletor e catadióptrico) e suas montagens (altazimutal e equatorial) são apresentadas aos visitantes.

b) Softwares de simulação do céu, como Stellarium, Carta do Céu ou Celestia. Com eles muitos conceitos básicos da Astronomia Observacional podem ser explicados.

c) Website “Heavens Above”, disponível em (http://www.heavens-above.com) dedicado a auxiliar a identificação e observação de satélites artificiais. Nesta página podemos predizer o dia e a hora das passagens da Estação Espacial Internacional, do Telescópio Espacial Hubble, da estação espacial chinesa Tiangong 1, em construção, entre outros satélites. Outra ocorrência que pode ser previsto com precisão e que impressiona muito os visitantes são os “Iridium Flare” (intenso flash de luz provocado pelo reflexo do Sol nas antenas metálicas dos satélites Iridium). Como este acontecimento é fugaz, é preciso estar preparado para orientar os visitantes para olharem para o céu, numa direção específica e na hora certa.

d) A utilização de uma carta celeste na observação astronômica. Cartas Celestes são realmente “mapas do céu” que mostram a localização das estrelas e constelações, do mesmo jeito que o mapa de uma cidade mostra as ruas, avenidas e pontos turísticos de uma cidade. Além disso, temos indicações para os planetas visíveis, galáxias, nebulosas e aglomerados estelares. A carta celeste do MAST mostra o céu do Rio de Janeiro para o dia 15 do mês corrente, às 21h. O movimento da Terra ao redor do Sol faz com que uma determinada configuração das estrelas se repita de uma noite para outra com cerca de quatro minutos de antecedência, de forma que a esta mesma carta celeste representa o céu também do dia 1º, às 22h, e do dia 30, às 20h. Ela é produzida pela equipe do POC e distribuída gratuitamente para os visitantes. No verso da Carta Celeste encontramos ainda:

• Uma Agenda Astronômica, do mês corrente, com as seguintes informações:

• os horários do nascer e do ocaso do Sol e da Lua, para os dias 1, 8, 15, 22 e 29;

• as datas das principais fases da Lua;

• as constelações pelas quais o Sol está aparentemente passando e

• a visibilidade de Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

• um texto com um assunto astronômico Em Destaque e

• a Programação do MAST, com ênfase no Ciclo de Palestras de Astronomia e no POC.

3 – Às 19:30, o público é convidado a dirigir-se para a área externa do Museu onde estão instalados os grandes telescópios ópticos. São utilizados basicamente dois equipamentos distintos: a centenária Luneta Equatorial de 21 cm e um telescópio refletor 8 polegadas de abertura, mas outros instrumentos podem ser montados, dependendo da demanda do público.

Na vigência do horário de verão é acrescentada uma hora aos horários das atividades.

Características do Programa de Observação do Céu:

• Destinado ao público em geral;

• Ocorre todas quartas-feiras e sábados;

• Quando não é possível a observação do céu através dos instrumentos, devido ao tempo nublado, a atividade limita-se a exibição do vídeo e à apresentação do Céu do Mês;

• Entrada franca.