Mini-cursos

A participação nos minicursos poderá ser remota, através da internet.

1. A documentação museológica e os acervos de ciência e tecnologia (C&T): registro e catalogação

Ministrante: Claudia Penha dos Santos (MAST)
Link para o CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/0270249791488872
Resumo: A documentação de coleções é uma das principais funções do museu, sendo considerada essencial para o desenvolvimento das demais atividades desse tipo de instituição. A importância da documentação se reflete na afirmação do Comitê de Documentação do Conselho Internacional de Museus (CIDOC/ICOM), segundo a qual “Coleções sem documentação adequada não são verdadeiras coleções de ‘museu’”. O presente minicurso tem por finalidade discutir temas relacionados a documentação e ao gerenciamento de coleções museológicas enfocando temas como: a conceituação de documentação museológica; o processo de musealização; o objeto como documento; o registro e a catalogação; as bases de dados informatizadas; os procedimentos de movimentação e empréstimo; as políticas de aquisição e descarte; a disseminação e a divulgação de acervos. Esses tópicos serão discutidos a partir dos acervos de C&T das áreas das ciências exatas e engenharias, buscando apresentar as especificidades e as possibilidades da documentação desenvolvida para essa tipologia de objetos. O minicurso está dividido em duas partes: a primeira teórica, com a apresentação e discussão dos temas anteriormente citados, e a segunda prática, que compreende a realização de exercícios objetivando capacitar os participantes para o desenvolvimento de atividades referentes a documentação de acervos museológicos de C&T. A parte prática do minicurso será realizada na sala contígua à reserva técnica do MAST. Será incentivado o diálogo entre a ministrante e o grupo, com ênfase na exemplificação a partir de problemas apresentados a partir das diversas experiências. A avaliação, em forma de debate, tem como objetivo verificar se os objetivos iniciais foram alcançados.


2. Construção de mapas conceituais de objetos musealizados

Ministrante: Maria Lucia de Niemeyer Matheus Loureiro (MAST)
Link para o CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/6030107788012096
Resumo: Em 1972, Joseph Novak criou a metodologia do mapa conceitual para expressar graficamente a construção de conhecimentos por aprendizes, em particular crianças. A partir da premissa que o conhecimento é constituído / construído por conceitos e relações entre eles (que resultam em enunciados ou proposições significativas), e que novos conhecimentos são construídos a partir de conhecimentos previamente apreendidos, a ferramenta permitiu representar, organizar e relacionar conceitos. Conceitos e proposições são vistos, assim, como os blocos de construção de conhecimento em qualquer campo disciplinar ou profissional. A construção de um mapa conceitual permite, portanto, não só representar graficamente e relacionar conceitos e proposições já conhecidos, mas também incluir novos conceitos e relações até então não percebidas. A representação gráfica de conceitos - apresentados em forma de diagrama e relacionados de modo a formar proposições significativas - resulta em um mapa que expressa e dá visibilidade às relações entre conceitos. Segundo seu criador, o potencial do mapa conceitual é insuficientemente explorado, pois, para além de seu propósito original, é possível aplicá-lo em diferentes domínios que lidam com conceitos e suas relações. A adoção da ferramenta para a análise e representação de objetos do acervo museológico do Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST baseou-se no pressuposto que objetos em geral, e objetos musealizados em particular, são ao mesmo tempo únicos e representativos de uma classe de objetos que compartilham o mesmo nome e função. Esse duplo aspecto levou à incorporação das reflexões de Igor Kopytoff sobre a biografia cultural das coisas e de Samuel Alberti, segundo quem, a construção de biografias de objetos pode revelar novos aspectos sobre o objeto biografado e a instituição que os preserva. A experiência do MAST baseou-se ainda em Ingetraut Dahlberg, que entende o conceito como uma unidade de conhecimento e distingue conceitos (e objetos) gerais e individuais. Um objeto individual caracteriza-se por sua presença no tempo e no espaço, a corresponde a um conceito individual, cujo referente aponta para um único item de um dado tipo (um objeto, por exemplo). Um objeto geral situa- se fora do tempo e do espaço e corresponde a um conceito geral, que contempla todos os objetos de uma mesma classe. Os mapas conceituais construídos no MAST contemplam e distinguem, assim, esse duplo aspecto do objeto. Um mapa conceitual é um trabalho em processo, permanentemente aberto a revisões e à colaboração de profissionais e especialistas de diferentes campos, colocam em destaque o potencial dos objetos que integram coleções em museus e podem contribuir, entre outras ações, para o aperfeiçoamento de atividades de documentação e projetos de exposições e atividades educativas que envolvam objetos do acervo. A proposta do minicurso é divulgar a metodologia do mapa conceitual entre profissionais e estudantes que atuem ou tenham interesse pelo trabalho com coleções de objetos, e capacitá-los para a aplicação da ferramenta para a análise de objetos.


3. Diagnóstico inicial para gestão de riscos em acervos do patrimônio cultural de ciência e tecnologia

Ministrante: Marianna Batista de Azevedo (UFPE)
Link para o CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/0066726252294665
Resumo: Os vários incêndios de grande repercussão ocorridos em museus e instituições museológicas na última década levantaram a discussão sobre a necessidade de conhecer os riscos aos quais os patrimônios museológicos estão expostos, como também de estabelecer formas de eliminar ou mitigar esses riscos. Dentro dessa perspectiva a gestão e o gerenciamento de risco constituem-se como importantes ferramentas para a preservação do patrimônio cultural, possibilitando conhecer, de forma holística, os riscos a que o patrimônio está submetido, como também, favorecer a tomada de decisão por parte dos responsáveis e as prioridades para a alocação de recursos. Contextualizando essa discussão para o patrimônio de ciência e tecnologia, que em sua maioria está localizado em instituições de ensino e pesquisa, e tomando como base os dados apresentados no Acordão 1243/2019 do Tribunal de Contas da União (TCU) e o Relatório do Grupo de Trabalho de ANDIFES publicado em 2020, em cumprimento das ações estabelecidas pelo TCU, percebe-se que o cenário dos museus e instituições museológicas universitárias ainda é bastante desfavorável com relação as ações de gestão de riscos e segurança desse patrimônio. Dessa forma, este minicurso de propõe a apresentar algumas metodologias para gestão e gerenciamento de risco voltadas ao patrimônio cultural e a orientação técnica brasileira sobre o assunto, discutir de forma sucinta essas metodologias e realizar um diagnóstico inicial para gestão de riscos de um espaço museológico.