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MEMORIAL DESCRITIVO DO PROJETO DE PAISAGISMO DO CAMPUS DO ON/MAST
1. INTRODUÇÃO:
O CAMPUS E AS TRANSFORMAÇÕES DO TEMPO, DA CIDADE E DA PAISAGEM URBANA

Desde 1827, quando o Observatório Nacional foi criado, e desde 1922, quando foi transferido do Morro do Castelo para o Morro de São Januário1, até os nossos dias, a região de São Cristóvão, onde se insere atualmente o campus do Observatório Nacional e do Museu de Astronomia e Ciências Afins, passou por profundas transformações urbanas. Como conseqüência, alteraram-se substancialmente as suas funções originais, ligadas mais especificamente a pesquisas sobre geo-magnetismo, observações astronômicas, implantação e aferição de medidas e equipamentos e instalação de pesquisadores e funcionários. (Figuras 1 e 2)
Figura 1a- Imagem do edifício do Observatório, no Morro do Castelo. Fonte: VIDEIRA, 2007
Figura 1b- Imagem do edifício do Observatório, no Morro do Castelo. Fonte: VIDEIRA, 2007
Figura 2a - Edifício do Observatório Nacional e projeto para cúpula, no Morro do de São Januário. Fonte: VIDEIRA, 2007
Figura 2b - Edifício do Observatório Nacional e projeto para cúpula, no Morro do de São Januário. Fonte: VIDEIRA, 2007
Durante esse período, reforçaram-se as vocações relacionadas à pesquisa científica e à preservação de importante acervo cultural, expresso através de seu patrimônio material - os artefatos tecnológicos, as edificações, os elementos vegetais originais e aqueles intencionalmente plantados, e de seu patrimônio imaterial -de natureza memorial, ligado ao acervo e à evolução das ciências no Brasil, e de natureza simbólica, ao resistir como referência imagética na memória e no afeto coletivos da população.

As condições de acessibilidade, junto à Linha Vermelha e Av. Brasil, a proximidade de dois equipamentos urbanos de alcance metropolitano, como a Quinta da Boa Vista e o Campo de São Cristóvão, as demandas da população que habita em seu entorno levaram à oportunidade de dotar o campus de uma nova função: a abertura desse rico ambiente à visitação mais efetiva por parte da população, que poderá, além de conhecer e interagir com parte do rico acervo do campus (material e imaterial), observar a cidade e a paisagem à sua volta. (Figuras 3, 4 e 5)
Figura 3 - Localização do Campus junto ao Campo de São Cristóvão. Fonte: IPP/PCRJ
Figura 4 - Vista aérea do campus inserido no Morro de São Januário. Fonte: IAB-RJ
Figura 5 - Localização do campus junto à Linha Vermelha. Foto: Vera Tângari,1999
A importância patrimonial desse conjunto veio a ser reconhecida após a criação do Museu de Astronomia e Ciências Afins, em 1985, e dos processos de tombamento do campus, através da iniciativa federal, em ato registrado pelo IPHAN em 14/08/1986, no Livro Histórico Volume I - Inscrição nº 509 e no Livro Arqueológico e Paisagístico - Inscrição nº 95, e através iniciativa estadual, em registro do INEPAC em 18/11/1987, Resolução SEC nº 34 de 21/10/1987, DO Estado do de 18/11/1987. Além do campus, diversos imóveis são tombados individualmente como ilustrado na Figura 6.
Figura 6 – Imóveis tombados. Fonte: IAB-RJ
2. Diagnósticos e diretrizes de intervenção do projeto

Ao ser analisadas as informações do Plano Diretor do Campus, os dados fornecidos e relacionados no Termo de Referência do Concurso, e ao ser percorrido todo o campus, confrontando seu ambiente com o entorno em que se insere, procurou-se estratificar o estudo do espaço ocupado pelo campus, para melhor embasamento das intervenções previstas e da logística de implantação.

Nesse sentido, foram subdivididos os setores paisagísticos definidos no Plano Diretor, levando em conta as características específicas dos aspectos locais assim como a possibilidade de faseamento das obras. (Figura 7)

Setor A – Visitação e platô principal do campus
Sub-setor A1: Visitação preferencial
Sub-setor A2: Entorno do edifício sede do MAST
Sub-setor A3: Setor periférico à visitação

2. Diagnósticos e diretrizes de intervenção Do projeto
Ao ser analisadas as informações do Plano Diretor do Campus, os dados fornecidos e relacionados no Termo de Referência do Concurso, e ao ser percorrido todo o campus, confrontando seu ambiente com o entorno em que se insere, procurou-se estratificar o estudo do espaço ocupado pelo campus, para melhor embasamento das intervenções previstas e da logística de implantação.

Nesse sentido, foram subdivididos os setores paisagísticos definidos no Plano Diretor, levando em conta as características específicas dos aspectos locais assim como a possibilidade de faseamento das obras. (Figura 7)

Setor A – Visitação e platô principal do campus
Sub-setor A1: Visitação preferencial
Sub-setor A2: Entorno do edifício sede do MAST
Sub-setor A3: Setor periférico à visitação

Setor B – Acesso existente e edificações novas - frente de lote à Rua General José Cristino
Sub-setor B1: Acesso viário principal
Sub-setor B2: Entorno e acesso ao anexo da Geo-Física.

Setor C- Área de expansão e integração – frente de lote à Rua General Bruce
Sub-setor C1- Entorno e acesso e à área de expansão
Sub-setor C2- Área de vivência e integração

Setor D- Acesso proposto e acessibilidade pública – frente de lote à Rua General Bruce
Sub-setor D1- Entorno e acesso ao anexo do MAST
Sub-setor D2- Entorno e acesso ao Centro de Visitantes proposto
Figura 7- Setorização
A sub-divisão acima visou conferir autonomia à implantação do projeto, podendo ser iniciada pelos setores que se mostrarem prioritários ou mais viáveis, de acordo com as prerrogativas das instituições gestoras – Observatório Nacional e Museu de Astronomia e Ciências Afins, resguardando-se, no entanto, os princípios estabelecidos no Plano Diretor e a unidade de conjunto proposto pelo Projeto Urbanístico e Paisagístico.

2.1. Diretrizes urbanísticas
Ao ser analisado o sistema existente de fluxos de pedestres e veículos, as demandas por novos acessos e estacionamento, a necessidade de se adotar critérios de desenho universal e acessibilidade plena e de melhor integrar, paisagisticamente, os sub-setores, em especial os sub-setores A1, A2 e D2, propusemos as reformulações ilustradas na Figura 8 e descritas a seguir.
Figura 8 - Diretrizes urbanísticas
-Implantar novo sistema de circulação veicular uni-direcional em anel periférico ao Sub-Setor A1, de visitação preferencial, mantendo o acesso principal bi-direcional à Rua General José Cristino, revendo a geometria das articulações, estruturando a praça de retorno, junto à sede e ao anexo do MAST, implantando a via de serviço prevista pelo Plano Diretor ao anexo do MAST e mantendo o acesso eventual de veículos junto à sede do ON e seu anexo, pela Rua General Argolo, a ser restrito a cargas especiais, veículos de socorro e rota de fuga de incêndio.

-Implantar sistema de rota acessível preferencial para pedestres, conectando o acesso existente junto à Rua General José Cristino (sub-setor B1), às áreas de visitação pública (sub-setores A1/A2 e A3), ao Centro de Visitantes e ao acesso de visitantes proposto, à Rua General Bruce (sub-setor D2).

-Reverter para uso de pedestres o trecho de via existente que atravessa o setor A, junto às Cúpulas, a ser destinado como rota acessível preferencial, deixando delimitado o antigo leito, atendendo aos princípios de preservação paisagística e ambiental e aos critérios de reversibilidade.

-Implantar e melhorar condições dos passeios laterais e rotas de acessibilidade complementares, conjugando dispositivos de travessia segura e universal, com sistemas de nivelamento de piso e redução de velocidade ("traffic-table" e "traffic-calming" ) e rampas acessíveis para transposição de desníveis existentes.

-Atender às necessidades de vagas previstas no Plano Diretor e definidos no Edital, com a localização das faixas e bolsas de estacionamento, buscando com isso evitar o impacto de veículos estacionados ao longo das vias e junto às edificações tombadas.

2.2. Diretrizes urbanísticas quanto à geometria viária

Para viabilizar as diretrizes ambientais e paisagísticas previstas, as demandas funcionais e a abertura do campus à visitação e fruição mais efetiva por parte da população, foram propostas as seguintes medidas quanto a geometria e revestimento de pisos, divididas por sub-setor:

Sub-setor A1:

Será o setor com maior transformação viária devido ao caráter patrimonial e ao potencial de visitação pública previstos, sendo proposta a reformulação do sistema atual, com a implantação de alça periférica e adoção de sistema de circulação unidirecional em anel, reduzindo os atritos entre percursos de pedestre e veículos e integrando a área das Cúpulas, a área das Lunetas e setor dos pavilhões do serviço da Hora.

Essa nova via deverá ter o nível elevado para facilitar travessias de pedestres, sendo feito a proteção física, através de elementos de mobiliário (balizadores), sinalização, iluminação e arborização.

É prevista a reversão da via existente para circulação de pedestres, transformando-se no eixo da rota acessível preferencial, articulando as áreas de visitação e de observação. Em complemento a esse eixo, foi proposta um percurso de pedestres secundário, que deverá ser mais intensamente utilizado pelos funcionários e visitantes especiais.

Sub-setor A2:

Nesse sub-setor, prevê-se maior ênfase na circulação de pedestres, com a proposição de novo acesso pela Rua General Bruce, voltado ao Centro de Visitantes proposto.

Foram objetivadas: a melhor integração com os Sub-setores A1, C2 e D2, dando continuidade à rota acessível preferencial; a melhor estruturação dos usos dos pátios de estar e acessos; a valorização do entorno da Sede do MAST, melhorando as visuais da edificação; a manutenção da vegetação arbórea de grande porte existente, e o recolocação das vagas existentes.

A caixa de rolamento da via nesse Sub-Setor deverá ter seu nível elevado para conjugar-se melhor aos percursos de pedestres.

Sub-setor A3:

Considerado como setor periférico à visitação, conjuga atividades importantes do campus, como Sede do serviço da Hora e Oficinas de Manutenção.

Para esse sub-setor, foi prevista a revisão geométrica e dimensional da caixa de rolamento do acesso viário principal, com sentido unidirecional, viabilizando a construção de passeio lateral, conjugado à mureta de contenção, possibilitando o manejo das raízes afloradas dos indivíduos arbóreos existentes e a estabilidade do solo dos canteiros ajardinados.

O desenho de vagas de estacionamentos condicionou-se à condição de geometria e à localização de indivíduos arbóreos, tendo sido evitado ao máximo, replantio e poda.

Sub-setor B1:

È prevista a revisão geométrica e dimensional da caixa de rolamento do acesso viário principal, a partir pela Rua General José Cristino, viabilizando a construção de jardineiras para plantio de barreira vegetal, integrada ao novo desenho de passeios laterais, de estacionamentos, de acessos a edificações, existentes e futuras, e de áreas de convivência.

Sub-setor B2:

È prevista a revisão geométrica e dimensional da caixa de rolamento do acesso viário eventual, a partir da Rua General Argolo, conjugada à proposta de elevação de nível da caixa de rolamento, como intuito de reverter seu uso preferencialmente a pedestres, sem desníveis ou barreiras, sendo previsto o acesso de veículos ao estacionamento do edifício do Anexo da Geofísica.

Sub-setores C1 e C2

Serão as áreas de maior visibilidade e acessibilidade pública e, por estarem localizados na vertente sul, em nível topográfico abaixo da maior parte do conjunto do campus, encontram-se desconectados deste. A proposta foi de integrá-los fisicamente aos sub-setores A1, A2 e D2, por meio de percursos acessíveis de pedestres, conjugando o acesso pelo elevador existente a passeios, escadas e rampas.

A área reservada para expansão nesse Setor apresenta as melhores condições de edificação, se comparadas às demais áreas previstas no Plano Diretor, por se situar em terreno plano e sem vegetação de porte significativo. A proposta conjuga o acesso à área de expansão e seu estacionamento a duas praças que deverão ser usadas pelos funcionários e visitantes especiais e poderão ser, eventualmente, em ocasiões especiais, revertidas a uso público.

Sub-setor D1

Pode ser considerado o sub-setor mais isolado do campus, devido ao acesso e à topografia do terreno. A edificação que comportará o Anexo do MAST, em fase final de acabamento, deverá ter seus acessos viários e de pedestre implantados.

A proposta viária previu sua melhor integração com os Sub-setores A2 e D2, através da ligação com a Praça de Retorno, com a via de serviço e com os novos passeios a serem implantados.

Sub-setor D2

De forma condicionada à implantação do Centro de Visitantes e ao novo acesso de pedestres, através de módulo com elevadores e escadas, esse Sub-setor deverá sofrer uma grande transformação que demandará novas conexões por circulações de pedestres, integrando-o principalmente ao Sub-setores A2, C2 e D2.

Em termos viários, entre a Sede do MAST, seu anexo e o novo Centro de Visitantes, foi proposta a Praça de Retorno, finalizando o sistema viário principal. Da Praça de Retorno, foi prevista a via de serviço para atender ao Anexo e as áreas de Reordenamento Especial, que deverão receber um fluxo eventual de veículos.

Os perfis a seguir ilustram a concepção espacial da proposta viária.


Figura 9 – Perfis viários propostos
2.3. Diretrizes paisagísticas

O perfil paisagístico e as diretrizes formuladas para o campus foram analisados em relação às suas características visuais e ambientais internas e também em relação aos impactos negativos e positivos do entorno, tendo em mente as prerrogativas de preservação e valorização de patrimônio, estabelecidos pelo IPHAN e pelo INEPAC.

Foram também observadas as novas áreas de expansão e edificações previstas visando a sua inserção que deverá obedecer: aos critérios de a adequação ambiental; à manutenção das visuais principais; às demandas de manejo vegetal; às prerrogativas de acessibilidade universal e ao conforto e a segurança dos usuários.

Com base nas diretrizes para setorização e circulação viária e nos dados e condições propostas pelo Plano Diretor, foram por nós estabelecidas as seguintes diretrizes:

-Implantar barreiras vegetais como forma de minimizar os impactos negativos relativos a interferências de edificações junto às divisas, principalmente a norte e oeste, mediante a implantação de jardineiras e canteiros plantados com vegetação arbustiva de médio e grande porte.

-Melhorar e enfatizar as relações visuais e paisagísticas com o entorno, principalmente a sul e leste, com a proposta de substituição de muros por gradis e plantio de espécies, atuando como cercas-vivas e vegetação pendente e favorecendo a recomposição do plantio das encostas e afloramentos rochosos.

-Implantar diretrizes para harmonização paisagística do conjunto, integrando a leitura diferenciada dos setores, das circulações de veículos e pedestres, dos estacionamentos, das áreas de vivência e das áreas e pátios de acessos, selecionando para cada uma dessas áreas, resguardadas a localização e as condições dos indivíduos existentes, espécies adequadas em termos de perfil estético, porte, dimensões e comportamento de copa, galhamento e raízes.


Figura 10 - Diretrizes paisagísticas
3. Sobre as ambiências paisagísticas propostas

O projeto de plantio vegetal foi baseado nas diretrizes de manejo da vegetação segundo o zoneamento proposto, tendo em vista as demandas funcionais do campus (circulação, expansão, visitação, vivência e acessos), as prerrogativas ambientais locais e as recomendações provenientes da Fundação Parques e Jardins, que direcionaram a especificação a partir de espécies em sua maioria nativas e predominantes na Mata Atlântica.

A implantação de novas espécies de forração é uma forma de quebrar o mono-plantio de grama, aumentando a diversidade de flora e diminuindo custos e serviços de manutenção. O estrato semi-arbustivo foi usado para marcação estética em locais de atratividade visual. O estrato arbustivo foi direcionado para a implantação de barreiras físicas e visuais, nos locais necessários a essas funções. O estrato arbóreo foi usado de forma a atender aos requisitos funcionais, estéticos e ambientais, característicos desse estrato.

Foram estabelecidos os seguintes padrões para o plantio:

a) Barreira vegetal para bloqueio visual do entorno, com estrato arbustivo de grande e médio porte a ser implantado.

b) Preservação da arborização existente, com a manutenção de indivíduos arbóreos de grande porte, sendo previsto tratamento das espécies com injúrias e o remanejamento de espécies frutíferas. c) Regeneração de encostas com plantio corretivo, com a utilização de estratos arbustivos, forrageiros e pendentes, integrados a áreas de permeabilidade visual (gradis).

d) Plantio integrado a áreas de utilização intensa nos percursos de pedestres e nas áreas de vivência e acessos, com espécies de porte arbóreo, sub-arbustivo e rasteiro.

e) Plantio funcional: arborização de acessos e estacionamentos.


Figura 11–Tratamento paisagístico –pisos


Figura 12-Tratamento paisagístico –plantio vegetal


Figura 13 – Ambiências paisagísticas propostas Fotos dos autores e perspectivas de Ricardo Guerra Florez
4. Áreas de vivência

A leitura da utilização e da apropriação do campus, já indicada nas formulações do Plano Diretor, levou à definição da demanda de áreas de vivência visando atender não apenas aos funcionários, como ao público esperado devido ao incremento da visitação.

Para exemplificar esse conjunto de intervenções, seguem descritas e ilustradas duas áreas de vivência propostas pelo edital do concurso.

Área de Vivência 1:

Essa área foi implantada junto ao acesso principal, buscando conjugar as diversas situações quanto à proximidade de edificações existentes, a serem mantidas, e de novas edificações previstas. Optou-se pela manutenção de espécies de porte médio e grande em canteiros especialmente configurados para esse fim.

Foi prevista a implantação de bancos e mesas e de plantio de Mirindibas nas áreas de estar, tendo sido observados os acessos às edificações, as demandas por vagas e a revisão geométrica da via.

Como forma de orientar os usuários, a proposta de desenho de pisos busca configurar os diferentes recintos com a formação de panos e enquadramentos especiais. Essa pavimentação deverá ser em placas de granito serrado com entremeio de pedras portuguesas e o plantio será feito em canteiros com o uso de forrações e folhagens ornamentais diversificadas.

Área de Vivência 2:

Localizada na parte de fundos do edifício da sede do MAST, foi prevista a implantação de duas áreas de alimentação, definidas de forma simétrica, respeitando as condições arquitetônicas dominantes da edificação.

Devido à presença das Mangueiras de grande porte, não foi proposta arborização complementar. Privilegiaram-se o acesso e a permanência de visitantes e funcionários, sendo necessária a reformulação do sistema de drenagem nos passeios junto ao edifício.

No pátio de acesso frontal, é proposta a revisão dos desenhos dos canteiros existentes, para valorizar a fachada principal e as escadarias da edificação e melhorar os percursos de pedestres que poderão fruir melhor desse espaço.

A proposta de desenho de pisos busca enfatizar a geometria dominante da edificação e a presença das Palmeiras Imperiais. A pavimentação deverá ser placas de granito serrado com entremeio de pedras portuguesas e o plantio será feito em canteiros com o uso de forrações e folhagens ornamentais, definindo os diferentes recintos.
Figura 14 a e b– Áreas de vivência propostas.
Fotos dos autores e perspectivas de Ricardo Guerra Florez
5 . Materiais e equipamentos empregados

A definição dos materiais empregados para acabamento, construção, revestimento de pisos e equipamentos buscou atender aos requisitos de intervenção no entorno de bem tombado, previstos nas cartas internacionais e nos diretrizes do IPHAN e do INEPAC. Nesse sentido, procurou-se respeitar a ambiência e a integridade paisagística, a durabilidade, a facilidade de manutenção e a neutralidade necessária à valorização das edificações de significação patrimonial. Nas caixas de rolamento de veículos e estacionamentos, deverá ser empregada a pavimentação por paralelepípedos, sendo previstos o reaproveitamento e o reassentamento das peças onde ocorrerem o redesenho geométrico ou a elevação de nível da pista. Os blocos de paralelepípedos atendem a performances quanto à drenagem, redução de velocidade, durabilidade, adequando-se ambientalmente ao campus.

Nos passeios é previsto o uso de mosaicos em pedra portuguesa e placas de granito serrado, em conjugação a rampas em concreto rugoso. As pedras portuguesas, quando bem assentadas, são duráveis e condicionam-se paisagisticamente bem em relação ao entorno edificado, além de terem boa performance climática, de execução e de manutenção. No caso da reversão de via de veículos para uso de pedestres, no sub-setor A1, é proposta a composição de piso em placas de granito serrado, que possibilitam utilização adequada por portadores de deficiência temporária ou permanente, e faixas laterais em paralelepípedos, facilitando a drenagem e se mantendo como marco de referência do leito original.

A troca de muros de vedação será feita através da implantação de gradis de ferro galvanizado, fixados em muretas de concreto, de h=40 cm, que serão chapiscadas, sendo encobertas pela vegetação arbustiva e rasteira. As muretas de contenção junto a passeios laterais do acesso viário deverão ser executadas em pedras de mão, com alturas variando entre 60 e 80 cm, resguardando a ambiência local.

O sistema de iluminação pública deverá atender aos requisitos de iluminação funcional de vias e de passeios, integrando-se à arborização e aos elementos de sinalização. É prevista a iluminação ornamental de edificações especiais, forma de integrada à iluminação funcional. No caso do Sub-Setores A1, A2 e A3, é prevista a separação de circuitos elétricos e sistemas de iluminação tendo em vista as atividades de observação do céu, que ocorrem atualmente às 4as e sábados, podendo, nesses dias, ser desligada a iluminação funcional no período em que durarem as atividades de observação.

A opção quanto uso de elementos de mobiliário urbano e de iluminação já homologados e de fácil aquisição no mercado visa a atender às prerrogativas de custo e manutenção, devendo-se escolher famílias com desenhos simples que definem claramente a época atual da intervenção. Em algumas situações, onde são previstos jardineiras e bancos moldados in loco, visando sua adequação ao desenho e a flexibilização para atuarem também como elementos de proteção e barreira, poderá ser realizada a moldagem em módulos, o que otimiza o canteiro de obras e minimiza entulhos e resíduos.

Os elementos de mobiliário, de sinalização e iluminação deverão ser implantados de forma conjugada evitando criar obstáculos quanto à circulação de pedestres e interferências quanto às visuais do campus. O projeto de sinalização deverá responder à setorização proposta, conjugando elementos de informação direcional a elementos de informação sobre os equipamentos, edifícios e área de convivência, devendo ser desenvolvidos juntamente com os funcionários das instituições presentes no campus do ON-MAST.

6- Projeto Paisagístico

Este projeto tem por objetivo instalar uma infra-estrutura que permita ao Museu de Astronomia e Ciências Afins MAST/ MCT, ampliar suas atividades de pesquisa na área de divulgação da ciência, promovendo a integração de temas voltados para o patrimônio edificado e cientifico do MAST, memória e educação em espaços não formais, intensificando e promovendo o rico acervo arquitetônico e de instrumentos científicos históricos que contam a trajetória das atividades cientificas no Brasil e que estão presentes nos 40.000 metros quadrados de história no Campus ON_ MAST.

Descrição do projeto

O projeto promove a integração do Edifício Sede do Campus ON – MAST e a nova edificação criada para ser o Espaço Multimeios para a Pesquisa em Educação e Popularização da Ciência, aprovado pelo Ministério e em fase final de viabilização de recursos para sua construção através do apoio da FINEP.

Essa integração deverá criar uma ambientação que guiará os visitantes pela história da ciência e tecnologia através do acervo do Campus.

O projeto de pesquisa prevê também a construção de espaços de convivência em áreas indicadas, para que as atividades educacionais possam ser desenvolvidas externamente; Implantação da rede de sinalização externa incluindo a utilização de sinalização em Braille para facilitar o acesso de deficientes visuais. Essa sinalização identificará as edificações e classificará todo o acervo científico, facilitando o entendimento dos objetos científicos e a localização dos usuários;

Identificação do sistema mais adequado de iluminação externa adequada para instituições de observação astronômica;

Adaptação de rampas de acessibilidade para pessoas com problemas de , por tratar de construção históricas;

Restauração dos calçamentos dos acessos e entorno do prédio sede;

Identificação e plantio de espécies arbóreas, arbustiva e de forração contribuindo e promovendo a continuidade da fauna e da flora existente no campus, tão importante para essa parte do Bairro de São Cristóvão.

Tempo de execução

Essa Infra-estrutura proposta deverá ser implantada entre os meses de 08/2011 a 12/2011

Justificativa

Esse projeto possibilitará ao MAST reforçar sua atuação numa importante linha de ação do MCT, que consiste na inclusão social através da popularização da Ciência. A criação desse Espaço Multimeios e a ligação entre as edificações históricas e os instrumentos científicos serão vitais para ampliar e facilitar o desenvolvimento das inúmeras atividades propostas através dos temas já identificadas na pesquisa. Todos os benefícios implantados no primeiro momento deverão se tornar um legado permanente para o Campus.

  Para a implementação do projeto será necessário :

A restauração das 17 edificações que compõe a área histórica das cúpulas;

A construção de espaços de convivência em áreas indicadas, para que as atividades educacionais possam ser desenvolvidas externamente;

Restauração dos calçamentos e entorno das construções, facilitando os acessos ;

Adaptação de rampas de acessibilidade para pessoas deficientes, por se tratar de construção históricas;

Implantação da rede de sinalização externa incluindo a utilização de sinalização em Braille para facilitar o acesso de deficientes visuais. Essa sinalização identificará as edificações e classificará todo o acervo científico, facilitando o entendimento dos objetos científicos e a localização dos usuários;

Identificação do sistema mais adequado de iluminação externa para instituições de observação astronômica;

Identificação e plantio de espécies arbóreas, arbustiva e de forração, contribuindo e promovendo a continuidade da fauna e da flora existente no campus, tão importante para essa parte do Bairro de São Cristóvão.

Sistema de detecção e combate a Incêndio com colocação de hidrantes e mangueiras, imprescindíveis para a proteção das edificações tombadas do IPHAN E INEPAC.


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