Cevada

Cevada comum, Hordeum vulgare Linneo, Cevada santa, Hordeum distichos, Cevada pyramidal, Hordeum zeocriton, Família das gramineas

Cevada

  História Natural. A cultura dos cereais seria uma grande riqueza para o sul do Brasil, se os lavradores tivessem o cuidado e a inteligência que reclamam a transplantação e a colheita da maior parte delas. Certas gramíneas deveriam, pelo menos, não ser tão desprezadas, podendo desenvolver um ramo de indústria de primeira ordem, para o sustento do gado e, sobretudo, dos cavalos, que constituem hoje o principal rendimento do Rio Grande do Sul. Muitos ensaios foram já tentados, porém em uma escala fraca e limitada, como tem sido na colônia de São Leopoldo para a fabricação da cerveja. O gênero Hordeum conta com várias espécies indígenas da América, além das numerosas espécies oriundas da Ásia, Europa e África. As três espécies mais cultivadas são as da Europa, que havemos mencionado nos sinônimos. As infinitas variedades descritas pelo Srs. Scringe e Palisot de Beauvois são quase desconhecidas dos lavradores. A Cevada comum tem a espiga comprida, um pouco arqueada, flores dispostas sobre seis fileiras, guarnecidas de restas ascendentes. A Cevada santa tem espiga oblonga, comprida, rija, flores abertas sobre duas fileiras opostas, com restas quase paralelas. A Cevada pyramidal, vulgarmente Cevada da Rússia ou Arroz da Alemanha, tem espiga lanceolada, rija, flores sobre duas fileiras, guarnecidas de restas longas, divergentes e em forma de leque.

   Propriedades. Segundo Mathieu de Dombasle, a cultura da Cevada pode ser realizada em qualquer terreno, seguindo o preceito de semear antes do estio e preparar as terras secas e arenosas. A colheita se faz antes de estar o grão perfeitamente maduro. Os empregos das várias espécies de Cevada são numerosos e importantes, por tratar-se de proveitoso alimento para o gado e, no sul da Europa e no norte da África, para criar aves, galinhas e cavalos. Com a Cevada reduzida a farinha, faz-se um pão grosso que nutre os camponeses dos países frios da Alemanha e da Rússia. A farinha de Cevada, segundo o químico Proust, contém resina amarela, extrato gomoso açucarado, glúten, amido e hordenina. Esta última substância é grossa e se parece com pó de madeira serrada. A Cevada serve para fabricar a cerveja, seu bagaço nutre animais, utiliza-se a palha para cama palhesca. Em medicina, costuma-se preparar a tisana de Cevada com o grão privado do seu tegumento, no qual reside um princípio acre; emprega-se o mesmo grão para sopas e mingaus. A farinha é resolutiva e, como tal, tem frequentemente aplicação para tumores glandulares.

 

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