Ceiba

Bombax pentandrum Linneo, Bombax ceiba, Bombax quinatum Jacquin, Família das malvaceas

Ceiba

  História Natural. O príncipe Maximiliano Neuwied admirou a beleza do Bombax ceiba quando teve ocasião de observá-la nas margens de um rio perto de São Lourenço, distrito de Niterói. A fruta era da grossura de uma grande cuia e, sobre os ramos copados de um tronco espinhoso, vivia um dos mais belos insetos do Brasil , o Curculio imperialis, descrito pelo ilustre Sellow. Além das cinco variedades de Bombax que se cultivam igualmente no Brasil, na Índia e nas Antilhas, existem quatro outras espécies indígenas que foram descobertas: duas nos campos altos da província de Minas, outra nas matas virgens do Rio Negro, pelo Martius, e a última pelo A. St'Hilaire, em Goiás (ver Paineira, Árvore de Paina). O Bombax ceiba é árvore de sessenta a oitenta pés de altura, ramos copados, muito extensos e pendentes. Já se observou um Bombax ceiba da idade de sessenta anos, cujo tronco descrevia oito metros de circunferência e cuja frondosa copa encobria uma superfície circular de quase quarenta metros de diâmetro (Boussingault, Économie rurale, t.1, p176). A madeira é ligeira e quebradiça, a casca esverdeada e glabra, semeada de grossos tubérculos cônicos e espinhosos. As folhas são digitadas, compostas de sete a nove folhas, lanceoladas, pontudas, inteiras ou serreadas, de cor verde clara por cima, cinzentas por baixo e nascem de um ponto comum na extremidade de um pecíolo longo. As flores são reunidas em número, sustentadas por pedúnculos partial de uma polegada de comprimento, que nascem da extremidade de um pequeno pedúnculo comum. Os cinco pétalos são brancos e aveludados por fora, glabros, de cor rosa clara e concavos por dentro. Os cinco filamentos acham-se reunidos pela base em um anel que cerca o gérmen e cada um sustenta duas ou três anteras arqueadas e enleadas juntamente. A fruta, do comprimento de um meio pé, se parece com um pepino estreitado na sua parte inferior. As sementes ovoides, do tamanho de uma ervilha, são rodeadas de um cotão muito sedoso. A árvore perde suas folhas a cada ano e floresce imediatamente depois.

   Análise Química. A raiz contém goma solúvel na água fria; porção grande de amido que se dissolve depressa com água fervente, que só se precipita com a infusão da noz de galha, que dão uma cor azulada ao todo, e se transformam em açúcar quando se trata com ácido sulfúrico.

   Propriedades. Os pós da raiz são recomendados contra os tétanos e outras lesões espasmódicas. Os pós da casca misturados com sumo de limão aplicam-se sobre o ventre nos casos de febres e acalmam o movimento febril. Segundo o Dr. Descourtilz, a casca da raiz é vomitiva e provoca as urinas. Alguns práticos a receitam nos casos de hidropisia ascites. O cotão ou paina que as sementes produzem são excelentes para colchões e travesseiros, e consta que na Inglaterra servem para fazer chapéus. A falta de comprimento das sedas ou filamentos impede de serem utilizadas para fabricar tecidos. O cotão é útil para estancar o sangue  no caso de pequenas hemorragias, e substitui bem os fios para os curiosos.

 

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