Bengaleira

Canna indica Linneo, Arundo latifolia indica Bauhin, Família das marantaceas

Bengaleira

     História Natural. Frei Vellozo, na primeira classe da Flora Fluminense, Monandria Monogymia, principia pela sucinta descrição da Canna indica e das duas outras espécies, Canna angustifolia Canna flore lúteo. A Bengalaia é uma planta muito bela, cuja raiz é tuberosa quase horizontal, guarnecida de fibras, deitando talos singelos direitos, folhados, altos de três a quatro pés. As folhas são alternas, largas, amplas, ovadas e pontudas, embainhadas na base, glabras, de um verde agradável e fornidas de nervuras finas e paralelas. As flores são de uma bela cor encarnada e nascem em cima dos talos em uma bela espiga direita, um pouco frouxa e encimada. Elas são rentes e dispostas uma ou duas juntas, alternadamente, na axila de uma escama curta que serve de espata. A variedade Canna angustifolia apresenta flores de cor amarela pálida e as folhas são muito compridas, mais estreitas e nascem nos lugares úmidos, pantanosos enquanto a Canna indica gosta mais de terrenos duros e elevados.

    Análise química. As raízes encerram porções * de mucilagem e uma espécie de goma. As duas variedades de Canna indica, a Canna coccinea, a Canna discolor fornecem uma fécula semelhante à araruta, * amilácea, a última variedade é fina e um pouco ácida * , da raiz * uma matéria escura, opaca, * na boca que se assemelha * *.

    Propriedades. As raízes nodosas, espessas e grossas podem servir de alimento. Se cozidas, dão bons cataplasmas para acelerar a resolução de tumores e póstumas. Foi Pison que deu o nome de Canna a várias espécies de Bengaleira, pois assemelham-se à cana de açúcar. No Brasil, empregava-se o cozimento das folhas para curar a gonorreia e se atribui a ela grande virtude diurética. As sementes são pretas, periformes, muito duras e podem substituir as balas. Extrai-se delas uma bela cor vermelha e faz-se rosários com pedaços de osso. Alguns curiosos utilizam as flores em lugar do açafrão. As folhas servem para secar em cima cacao e costumam-se enviar goma elemi envolvida dentro das mesmas. No Norte e em Caiena, servem-se das folhas secas para cobrir os tetos e telhados dos ranchos. Seria útil analisar melhor as raízes, sementes que os médicos reputam diuréticas e extensivas, para conhecer o valor que as artes poderiam tirar da Canna indica e de suas variedades, pois as primeiras podem tornar-se de todo alimentares e a segunda fornecer produto novo para as artes.

 

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