Batata doce

Convolvulus batatas Linneo, Ipomea batatas Poiret, Batata da terra, Jetica Pison, Convolvulus Batata Vellozo, Pentandria Monogymia, Família das convolvulaceas

Batata doce

     História Natural. “Esta raiz é”, diz Riedel (Manual do Agricultor, p.53), “tão gostosa, perfumada e açucarada que a natureza pareceu comprazer-se em preparar um manjar de sobremesa não só nutritivo e substancial, como também delicioso ao paladar; de tal forma estimada nas colônias francesas, a ponto de dizerem do viajante europeu que na América tivesse provado as batatas, haveria por força de voltar para as tornar a saborear. A cultura das batatas doces merece maior cuidado da parte dos lavradores brasileiros para multiplicar as várias espécies, entre as quais existe uma muito preciosa chamada batata em pé. Das seis espécies, a amarela e a roxa são muito conhecidas nos mercados de nossas cidades. A Batata do ar é uma planta trepadeira que vem a dar flor, produz um fruto de forma irregular sem caroço nem pevide, coberta de uma pele verde como a da batata da qual tem o sabor. A Batata doce, que não se deve confundir com o Topinambor (Helianthus tuberosus Linneo) nem com a Batata inglesa (Solanum tuberosum), é um convolvulus verdadeiro, de talo trepador, com raiz tuberosa, dela se obtém uma farinha açucarada saborosa, alimento dos pobres, salubre para as crianças de peito e serve pelo seu primoroso sabor nas mesas mais lautas. Planta herbácea, raízes tuberosas carnudas, talos glabros e um pouco púrpuros, folhas alternas ovais acuminadas, com 2 orelhetas curtas ou lanceoladas. Pedúnculos axilares peludos e longos, terminando com flores paniculadas, cálice glabro, corola embranquecida por fora, púrpura por dentro. Estigmato com três lóbulos. Cápsula oval com três septos.

     Análise Química. A Batata doce fornece grande porção de fécula amilácea, açúcar incristalizável, glúten e amido.

    Propriedades. Comem-se as Batatas doces cozidas, torradas, guisadas e em doces variados de infinitos modos. Prepara-se, por fermentação, uma bebida que Marcgrave muito gaba. Faz-se com ela um licor alcoólico que é apreciado. A Batata doce é superior à Batata inglesa, em razão de seu delicado sabor e da qualidade de sua fécula. Esta é mais abundante, mais ligeira, contém menos água e gás. Prepara-se a batata em comidas as mais variadas para guisados, sobremesas e remédios. A polpa é saborosa e de fácil digestão para crianças e convalescentes. Reputa-se resolutiva e própria para cataplasma, que serve como curativo de tumores inflamatórios e outras flegmasias da pele. A polpa junto à porção de mel e de enxofre sublimado compôs um eletuário próprio para os casos de hemotísica e de tosse violenta. Uma emulsão, diz o Descourtilz, feita com a polpa de Batata doce, cevada e sementes de papoeira produz alívio imediato nos casos de nefrites e de flegmasia das vias urinárias. Os pós velados de Batata doce são suaves tópicos para cobrir partes queimadas; o cozimento da raiz e das folhas é bom para clisteres emolientes nos casos de hemorróidas de irritação intestinal. A cultura da Batata doce consiste em repor dentro da terra o tubérculo, o qual brota com a maior força, lastra pelo chão e deita raízes pelo cipó, na extremidade dos quais está a batata, que colhida se põe ao sol e se torna então muito doce. As variedades de branca, amarela, roxa colhem-se do mesmo modo e comem-se cozidas, assadas ou fazem-se delas ótimos doces. A fécula que se envia da América para os mercados da Europa é de grande estimação. Mr. Payen obteve dela copiosa porção de açúcar. Hoje a cultura da Batata doce propaga-se na Algéria e o consumo vai progredindo como no Brasil.

 

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