Batata de purga

Convolvulus catharticus Linneo, Convolvulo operculato B. Gomes, Convolvulus contortus Vellozo, Convolvulus Lavradio, Família das convolvulaceas de Martius

Batata de purga

     História Natural. Raiz fosca por fora, carnosa e branca por dentro, fusiforme em vários círculos e anéis, caule herbáceo, volúvel, folhas apalmadas, 5 lóbulos pontudos, pecíolos semicilíndricos, perianto enfunado, corola de 5 folíolos quase redondos e raiz  de sabor acre. A planta tem uma cápsula singular que não se abre em válvulas, porém rompe-se por cima para saírem as sementes, as quais são lisas e convexas por uma face.

     Análise Química. A raiz tem em abundância suco gomo resinoso, o qual se concreta em forma de lágrimas. A resina tem um sabor enjoativo e acre, que se parece muito com o da Jalapa.

     Propriedades. Usa-se a Batata de purga há muitíssimo tempo no Rio de Janeiro como remédio purgante, diz o Bernardino Antônio Gomes. Ela é quase toda resina, pois de uma arroba de raiz se consegue tirar mais de 2 libras de resina, cuja atividade não é talvez inferior à da resina de Jalapa. Receita-se como purgante vulgar. Costuma-se dar a Batata de purga em pó, na dose de ½ até uma oitava misturada com açúcar. Extrai-se a resina pelo seguinte método: “põe-se a batata em pó de infusão em aguardente; passado tempo suficiente, coa-se a infusão espremendo-se as borras; torna-se a coar a mesma mas sem espremer; põe-se então a destilar, meio pelo qual se tira a aguardente; deita-se água no que restou na curcúbita e, depois, coando-se esse resíduo assim diluído, obtém-se a resina no coador.” (Ver Mem. da Acad. Real de Lisboa, p.32, T.3). Administra-se a resina nas doses de 1 a 2 escrópulos, de acordo com a idade e o caso.  A Batata de purga figura entre os drásticos como a melhor panaceia. A dose da fécula regula-se quando seca de ½ onça para os adultos. O extrato dá-se em pílulas de 8 até 9 grãos cada uma, administrando-se de 4 a 6. Para se usá-la em frasco, faz-se a maceração na aguardente de cana dos pós ou da raiz fresca ralada, para tomar-se em boas doses. Os camponeses, tão logo a bebem, metem-se dentro da água fria. Nas boticas, se usa a resina extraída pelo álcool. Uma purga de batata compõe-se de 18 a 24 gr de resina, com 36 a 48 gr de supertartrato ácido de potassa reduzido a pó ou pílulas. No sul do Brasil, a resina de batata é extraída da raiz do Mirabilis Jalapa; porém, no Rio de Janeiro, na Bahia e em outras províncias, a resina provém do Convolvulo operculato de Linneo.

 

 

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