História Natural. O sul do Brasil produz numerosas espécies de Ilex. O Azevinho encontra-se também em outras partes do Sul América, e dá duas variedades. A primeira tem as folhas em forma de coração, pecioladas, pequenas, espinhosas, luzidias, coriáceas, sem nervuras sensíveis, de bela cor verde por cima e pálida por baixo. Os pecíolos têm na sua base dois ferrões pequenos, muitos pedúnculos axilares, carregados de flores colocadas nas extremidades dos ramos, mais curtos que os pecíolos; estilete mais curto que os estames; estigma obtuso. A segunda variedade apresenta folhas alternas, ovadas, pontiagudas, ciliadas, cujos dentes terminam em serra, verdes por cima e pálidas por baixo. Os pecíolos são do comprimento de uma linha; as flores são axilares, pedunculadas; pedúnculos fitiformes; bagas são esféricas e vermelhas, do tamanho de uma groselha.
Análise Química. A raiz e a casca interna ou líber deitam aroma de terebintina; decorre uma matéria glutinosa da planta toda, de sabor amargo, não se dissolve na saliva; porém, no alcool se derrete inteiramente. A matéria queimada produz cinzas as quais, segundo Bouillon-Lagrange, contêm sulfato e hidroclorato de potassa, carbonato de cal, albumina e óxido de ferro.
Propriedades. As bagas são eméticas e provocam dejeções alvinas, como os purgantes drásticos. Os curandeiros empregam as bagas em infusão para curar os boubáticos e aplicam a matéria viscosa sobre as feridas. Tal medicação, filha da prática vulgar, não merece refutação.