Schinus terebinthifera Raddi, Schinus aroeira Velloso (também se chama Aroeira o Schinus antarthritica de Martius)
História Natural. Arbusto na beira-mar, árvore grande nos sertões, cujas folhas dão um suco leitoso, o qual também provém do caule. Na província do Rio deJaneiro e da Bahia, a aroeira é arbusto que cresce em terras arenosas, vizinhas do mar. O botânico Raddi descreve a espécie therebintacea, à qual se dá o nome de Aroeira (Schinus therebintifolius). Encontra-se em Minas Gerais e o Sr. A. St` Hilaire a observou nas margens do Rio d’Aldeia Velha. Quanto mais seco e arenoso é o terreno, menos se desenvolve o arbusto. Porém, em terrenos férteis como nos sertões de Pernambuco, a Aroeira é árvore de maior tamanho. Diz o Koster, que se achando em lugares remotos do mar, chega a ter o valor preciso do Pau-ferro. O Dr. Martius chama Aroeira uma espécie que se encontra no Rio Grande do Sul, a qual fornece da sua casca um bálsamo ou resina muito adstringente.
Análise Química. A Aroeira contém muito tamino, segundo Buchner, e pode substituir o Cachondé. A árvore cheira a terebintina e dá pela destilação de suas folhas uma água cheirosa que é, diz Marcgrave, cosmética. De acordo com a análise da árvore, ela dá resina, óleo essencial aromático, tamino, extrato amargo e sais de potassa.
Propriedades. Emprega-se o extrato como remédio antifebril. A casca serve para tingir de preto as redes de pescadores feitas com a palmeira Ticum. Os banhos de folhas de Aroeira ou de sua casca servem para debelar dores reumáticas e tumores gotosos; também sobre as úlceras e ingurgitamentos de pernas e pés, administra-se a Aroeira e ainda em fomentação A infusão e decocção das folhas e dos frutos são poderosos diuréticos bem conhecidos pelo povo. O maior uso da Aroeira é para os curtumes de couros. Os índios usam o suco da Aoeira para curar os olhos inflamados, tomando o suco esverdeado das jovens ramas. Dá-se o cozimento e faz-se com meia onça até duas, sobre duas libras de água. Administra-se o extrato de doze grãos ate uma oitava por dia. Exteriormente, dá-se a decocção em injeções, banhos e gargarejos.