Araticu grande

Anona reticulada Linneo, Coração de boi, Araticu apé de Pison, Família das annonaceas

Araticu grande

      História Natural. Folhas lanceoladas, maiores do que as do Anona muricata, glabras; os pedúnculos são uniflorais solitários com flores de um verde amarelado; cálice das flores muito pequeno, arredondado; fruto cordiforme, amarelo quando é maduro com casca reticulada. Esta espécie de Anona, diz Mr. Tussac, é a maior que se conhece: é árvore de copado frondoso, com ramos direitos. Fornece uma sombra pela sua folhagem verde muito estimada e encontra-se ao redor de casas e fazendas, nos campos e nas matas, sendo igualmente oriunda da América e da Ásia. O fruto amarelo de cor dourada contém dentro uma polpa branca ou avermelhada, segundo a variedade das espécies, e parece pela sua forma e volume, com o coração de boi. Entre as várias espécies de Araticum, há uma que é semelhante ao Ambuzeiro, na grandeza, no enlaçado de seus ramos e ainda na cor de sua casca cinzenta. As folhas de que anualmente se despe são quase redondas, de um belíssimo verde e envernizadas em ambos os lados. A sua flor é como um figo de cor avermelhada, que abre em três porções iguais, grossíssimas, em forma de conchas e avermelhadas. Por baixo de cada corte, está outra concha menor, menos grossa, branca na face exterior, cercando um botão em forma de pinha; o ápice da fruta é esverdeado, bordado de repartimentos regulares como em escamas (ver Alta).

     Análise Química. As folhas deixam um cheiro forte e narcótico que faz supor um princípio [de] éteres contido no tecido celular. O fruto contém ácido galico e uma polpa mucosa.

     Propriedades. O fruto da Anona reticulada não é fresco ao par dos frutos das outras anonas. É, pelo contrário, adstringente e estimulante. A tal respeito é reputado muito poderoso no tratamento da disenteria, depois de haver empregado as sangrias e os laxantes. As folhas frescas aplicadas sobre o baixo ventre, temperam as cólicas e servem cozidas em água para cataplasmas torpentes e maturativos. No caso de tenismo emprega-se o fruto seco e reduzido em pós, em clisteres, desfazendo os pós em uma decocção de quingombôs. Em uma libra de água faz-se ferver duas oitavas do fruto seco não maduro e mistura-se com igual porção de cozimento de quigombôs para ser administrado em clisteres nos casos de disenteria. O cozimento faz-se com duas oitavas do fruto seco sobre libra e meia de água em casos idênticos. Conserva-se o cozimento em cima do fogo até que ele tome uma cor de rosa. Não se usa o suco da casca que é sumamente cáustico.

 

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