História Natural. Árvore das matas do Rio Negro, que floresce em outubro e novembro, de sessenta a mais pés de altura, distingue-se pela beleza de suas flores. O diâmetro do tronco é de um pé, de casca cinzenta e fosca; ramos extensos, cilíndricos; folhas longas de sete polegadas, obovadas; flores amplas com pedúnculos uniflores; brácteas ovadas, sépalos curtos de cor purpura; pétalas brancas por baixo e vermelhas por cima; anteras purpúreas; estilete muito curto; estigma orbicular; aproxima-se bastante da Clusia Alba de Linneo ou Clusia panviflora Wildenow.
Análise Química. Segundo Martius, a grande e formosa flor de uma árvore equatorial parasítica trazida do Thalamo, solta do cúmulo dos estames uma resina loura avermelhada, que, depois de seca, se torna fresca e escura, rija e, quando se pisa, vem a ter cor de oca. Queimada, exala o cheiro da resina da laca; feita em carvão, tem cheiro de alho ou quase se assemelha ao aroma das flores de benjoim. Ela é insolúvel dentro da água, derrete-se em álcool e melhor em éter. Consta de 6,0 de subresina; 3,00 de resina loura pela trituração; 1,0 de matéria albuminosa.
Propriedades. As indianas costumam preparar a resina com a manteiga, fazem um unguento que serve para cicatrizar as feridas do seio. As folhas são igualmente detersivas. O vapor ou fumaça do cozimento das mesmas acalma as dores de dente. O suco das folhas frescas e da fruta convêm para curar as úlceras mucosas ou aftas da boca e da língua.