Apinel

Aristolochia anguicida Linneo, Aristolochia Scandens Plumier, Família das aristolochias

Apinel

    História Natural. Chama-se Apinel uma raiz da América que afugenta as serpentes, e até as mata quando mordem (ver Novo Diccionário da Língua Portuguesa por Eduardo de Faria, Tomo 1, p. 459, Lisboa, 1850.) Designa-se pelo mesmo nome vulgar a Aristolochia anguicida,  planta de raízes cilíndricas e ramosas, contendo uma medula branca cheia de suco amargoso, fétido, de cor laranja e coberta por uma casca escura e encortiçada. Talos lenhosos, encortiçados e persistentes na parte inferior; a superior é estriada, quase glabra, trepa e enrola-se pelo tronco das árvores até chegar a altura de dez pés. As folhas são alternadas, pecioladas, em forma de coração alongado e pontudo, glabras em ambas as superfícies, providas de veias reticuladas por baixo e com pecíolo pubescente. Observa-se na base estípulas cordiformes que abraçam o talo. As flores são axilares, solitárias e sustentadas por um pendúnculo mais ou menos comprido. Elas são de cor esverdeada e amarelada com estrias e veias púrpuras, uma lingueta lanceolada, pontuda, canaliculada ou conivente posteriormente.

    Análise Química. Extrai-se da raiz uma goma resina muito amarga e de sabor salgado; a mesma dá um óleo volátil, um princípio amargoso de cor amarela, um extrato gomo resinoso, amido, albumina, um pouco de ácido málico e fosfórico, combinados com a potassa.

    Propriedades. O nome da trepadeira inculca as propriedades de afugentar as serpentes pelo aroma forte que desenvolve e de as matar com algumas gotas do suco. As folhas aplicadas sobre as mordeduras curam depressa e muito melhor quando se coadjuva o efeito com o cozimento da raiz administrado internamente. Alguns facultativos gabam a mesma planta contra a sífilis e enfermidades do sistema urinário, porém faltam as provas para abonar tais virtudes. A planta parece gozar de propriedades diuréticas e sudoríficas, e convém nos casos de febres intermitentes, de asma, e de hidropisia. Os índios costumam diariamente aplicá-la topicamente nos casos de dores e luxações artríticas, e servem-se do cozimento para provocarem as menstruações e os abortos. Certos médicos asseveram que o suco da planta limpa bem as úlceras atônicas, e o célebre Poupée Desportes de S. Domingos, recomendava os pós da raiz para debelar as diarreias crônicas, receitando uma espécie de opiato anticachectico. O modo de receitar as folhas é o de as prescrever em chás ou em cozimento; a dose do extrato resinoso e dos pós é de uma oitava, a da tintura alcoólica limita-se a trinta ou quarenta gotas.

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