Andiroba

Nandiroba, Carapa guianensis Aublet, Xylocarpus carapa Sprengel, Família das meliceas, Persoonia.

Andiroba

   História Natural. Os ramos da árvore da Andiroba se elevam perpendiculares ou bem estendem-se horizontais; as folhas são alternas providas de estípulas, e tendo até dezenove pares de folíolos, lisos, verdes, ovóidos. O fruto é irregular, tem quatro polegadas de diâmetro, vem em cachos, encerra amêndoas de uma substância branca, fina e sólida. As flores são pequenas e vermelhas. A Andiroba é das maiores árvores do Pará e da Guiana, chega até oitenta pés de altura, sobre três a quatro de diâmetro. Chama-se também Andirobeira em algumas partes da província do Pará; cresce em terra firme como em várzeas. O corpo da madeira é direito, grosso, de cor muito vermelha; a casca da árvore é cor de cinza, porém os de pequeno tamanho encerram uma cor esbranquiçada e os ouriços das castanhas fornecem pouca cópia de azeite. A Andiroba é uma das árvores cuja madeira serve habitualmente para obras de construção. Extrai-se um óleo das amêndoas do fruto.                 

    Análise Química. O fruto do tamanho de um limão contém um óleo muito amargoso que pode servir para o fabrico de sabão e para iluminação. O princípio amargoso parece venenoso, o qual se tira pelas lavagens repetidas. Os Srs. Petros e Robinet fizeram a análise da Andiroba e descobriram que a casca contém muito tanino. Nela encontra-se uma matéria alcalina e amarga, outra vermelha que é insolúvel, uma gordurenta verde, um sal de cal e ácido químico (Jl. de Pharmacie, tomo VII). O Sr. Cadet tinha reparado que, além do princípio amargo, a Andiroba dava muita estearina, ácido oleico e uma porção de magnésia (Jl. de Ph., Tomo V). O óleo contém um princípio que os químicos chamaram carapina brilhante como o metal, muito amargo, que se derrete ao fogo, solúvel em álcool e que não se combina com o éter.

   Propriedades. O óleo empregado em loções sobre a pele pode curar em quinze dias a erupção sarnosa. Serve para prevenir as mordeduras de mosquitos e cura as feridas provenientes das picadas de insetos, sobretudo de chagas dos pés. Misturado com o Urucum e aplicado sobre os cabelos, torna-se salutar contra a umidade atmosférica. O cozimento da casca é excelente remédio para debelar as febres intermitentes e os vermes ascarides. Empregam-se as folhas em cozimento para lavar o corpo quando se deseja evitar os repetidos ataques de mosquitos. Bastam duas oitavas de casca sobre oito onças de água para fazer uma infusão antifebril. O óleo aplicado internamente por oitava em qualquer emulsão é um bom vermífugo. O óleo de carapa se prepara do mesmo modo que o azeite tirado das amêndoas do cacau.

 

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