Amoreiras

Morus nigra, Morus alba, Morus macrophilla, Família das urticeas

Amoreiras

   História Natural. Desde alguns anos a cultura das amoreiras tem sido introduzida na província do Rio de Janeiro, e depois para Minas Gerais. A cultura desta preciosa árvore pode tornar-se uma fonte de riqueza se os amantes da indústria derem ao bicho-da-seda a importância que merece. As espécies de amoreiras que crescem na Europa e que são as mais próprias para a nutrição do bicho-da-seda são a Amoreira negra, a Amoreira branca de folha dobrada e também o Morus macrophilla, de folha comprida. As amoreiras são oriundas da China, de onde foram transportadas para o sul da Europa. A Amoreira preta é árvore de tamanho mediano, tendo o tronco revestido de uma casca preta. As suas folhas são alternas, cordiformes agudas e pubescentes; as flores são dióicas, as frutas são bagos redondos, ovóides, de uma cor vermelha negra, de sabor mucilaginoso e ácido. A casca da raiz tem um sabor amargo acre. As frutas do Morus alba são de cor branca e variam de tamanho, segundo as várias espécies de Amoreira branca. A amoreira do âmago preto é árvore de vinte e cinco palmos de comprimento e dois de grossura. A amoreira do âmago branco tem quarenta palmos e dois de grossura. A Amoreira amarela ou Arbor bracifera brasiliensis de Marcgrave e Pison é outra espécie que dá a tinta amarela. (ver Tatagiba)

   Análise Química. A folha da Amoreira compõe-se de cinco substâncias: 1ª: matéria fibrosa; 2ª: substância colorante; 3ª: água; 4ª: matéria sacarinea; 5ª: matéria resinosa. "As primeiras três, diz o Manual do Agricultor p.207, não servem à nutrição do bicho [da seda]; a quarta constitui o verdadeiro alimento, e a quinta dá a matéria da seda. A amoreira macho é a melhor, por isso evitam-se nas camas dos bichos as suas bagas mucilaginosas, que produzem uma fermentação nociva para eles, pois a seiva que nutre esses bagos passa inteiramente à nutrição das folhas". A fruta contém uma matéria colorante violácea, ácido tartárico, açúcar e matéria fibrinosa. A raiz tem sido analisada pelo Sr. Wackenroder (Gmelin's Handb. de Chimic., t.1324 ) Extrai-se soda das cinzas.

   Propriedades. As frutas são alimentares, refrescam e, tomadas em porção maior, tornam-se laxativas. São usadas para moderar o calor febril e, com efeito, temperam bem a exaltação pirética. Cada fruta encerra a sua semente. Tem-se tirado grandes proveitos das frutas para compor xarope, Rob, mel; este último é de grande estimação como detersivo nos casos de aftas. "O pau de amoreira tem emprego industrial. A segunda casca serve para fabricar cordas, papel e mesmo pano" (Manual do agricultor brasileiro). As madeiras servem para serrar e lavrar. Os seus poros fechados servem para esteios e vigas. Receita-se o mel da amoreira como segue: sumo ou suco de Amoreiras negras, uma libra; Mel, duas libras; Água, quanto baste. Faça ferver até a consistência de xarope espesso, cuja dose é de uma colher ou duas.

 

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