Abrunheiro, Prunus domestica Linneo, Ameixieira reinol, Prunus domestica Lusitanica Brotero, Família das rosaceas
História Natural. A árvore parece ser originária da Síria, mas desde tempos imemoráveis se acha naturalizada em Portugal, de maneira que passa por indígena. Vários ensaios de cultura foram praticados nas províncias do Rio Grande do Sul e de São Paulo; com efeito, deram frutos saborosos bem pequenos; os que se fizeram nas serras de Minas e dos Órgãos não se aproveitaram tão bem. A árvore é de mediana altura com ramos direitos enquanto nova, depois desfigura-se por ter madeira frágil. As folhas são ovais, agudas nas duas extremidades e serrilhadas; a superfície superior tem as nervuras salientes, correspondendo-lhes regos na superfície inferior, de maneira que são ásperas e desiguais. A flor é de cor branca, em forma de rosa. O fruto chamado Am* ou abrunho é carnudo, suculento, varia de tamanho, feitio e cor, segundo as espécies. Coberto com uma pele fina e lisa, que tem uma espécie de pó, a que se dá o nome de flós; a carne varia de cor e sabor. No centro do fruto, há um caroço ordinariamente do feitio do fruto, duro, que contém uma amêndoa amarga.
Análise Química. As ameixas encerram matéria animal, matéria colorante verde, lenhoso, goma, açúcar, ácido malico, cal, água. (Bérard, Annales de Chimie, t.16)
Propriedades. As ameixas são dotadas de uma polpa doce, saborosa e fresca, relaxam o ventre sem causar dores nem irritação. O uso das ameixas cozidas e temperadas com açúcar convém aos convalescentes. Fazem-se delas confeitos pastéis, geleias, xaropes e licores; secas, servem de deliciosa sobremesa ao paladar. O suco é laxativo e assemelha-se à cássia, e receita-se o electuário a título de remédio purgativo. Os temperamentos biliosos ou sanguíneos e as pessoas sujeitas à constipação de ventre devem comer ameixas frescas ou secas, ou bem cozidas. Existem numerosas variedades de ameixas, como as Gostos da vida, Fartos velhacos, Adornos de França, de cal, Ceroula de frade, Agostinha, do duque, do rei, Damascena, Francesa, Guadalupe, Rainha Cláudia, Reinacol, Abrunho de França, Carnecoita, Saragoçana, Saia de freira, Verde e Senegal. Cultiva-se a ameixeira nos quintais, hortas e pomares, porque se dá bem em qualquer terreno. Costuma-se enxertá-la de borbulha no verão, de racha na primavera e transplantá-la no ano seguinte. É árvore muito sujeita à goma e à lepra. A madeira vermelha serve para obras de marcenaria.