História Natural. Com o nome de Vuarame, comprendemos três variedades de helícteres. A Helicteres ovata tem ramos cilíndricos algodoados; folhas pecioladas, pontudas, dentadas, esverdeadas em cima, de pelos curtos e esbranquiçados por baixo com nervuras salientes; estípulas fitiformes; pedúnculos laterais e axilares; pedículo floral glabro, anguloso; fruta algodoada, contornando em espiral e composta de cinco cápsulas angulosas. Dombey achou esta espécie no Brasil. Encontra-se também a espécie Helicteres isora, um arbusto com altura de cinco a seis pés, aspecto de uma alteia e de um abútilo pela folhagem; folhas maiores do que as da precedente espécie; flores laterais, sustentadas por pedúnculos curtos; fruta lanuginosa de pontas quase direitas. A variedade é Vuarame corylifolia que pouco difere (ver Helicteres Sacarolha).

    Análise Química. Apresenta mucilagem em abundância. Acredita-se que existe dentro da planta um princípio que se  cristaliza, nomeado Althӕina, porém logo reconhecido por ser idêntico ao princípio da asparagina.

    Propriedades. O cozimento das várias espécies é emoliente e convém para curar as flegmasias da pele e as inflamações das membranas mucosais. O cozimento serve para banhos locais e gerais e é excelente para gargarejar nos casos de dor de garganta. Alguns práticos abonam suas virtudes nos casos de otites agudas, causadas por catarros. A infusão das folhas é peitoral na dose de uma onça por duas da planta. No tratamento da nefrite e da iscúria, o cozimento é remédio que acalma as dores e facilita as urinas. A mesma planta em banhos e clisteres é emoliente e sedativa.