História Natural. Planta humilde que tem as folhas redondas, largas, brandas, arrugadas e pegadas a uns pés delgados e compridos. Produz várias florzinhas roxas e depois certo casulo redondo cheio de sua sementinha amarela; a raiz do rizoma da planta é oblíqua, nodosa; as folhas são tubérculas; sépalos oblongos; pétalos roxos, ou brancos, ou malhados; ovário eneaedro; cápsula elipsoide; sementes tertáceas.
Análise Química. As flores encerram dois ácidos, um vermelho e outro branco cristalizável, açúcar, cera, resina, cal, ferro e ácido hidroclorídrico (Análise do Sr. Peretti). Mr. Boullay extraiu de todas as partes da planta um alcaloide igual à emetina, que se chama violina, princípio ativo e venenoso. Os pétalos contêm um princípio colorante que não se tem podido ainda fixar (Bulletin de Sciences Médicales de Ferussac, t.18)
Propriedades. Desde a maior antiguidade, as flores da Violeta são conhecidas como remédio peitoral, cuja infusão acalma a tosse e provoca copioso suor; as sementes são emulsivas; Bichat receitava quatro oitavas de emulsão de sementes de Violeta em um copo de água com açúcar como purgante suave e fácil; a raiz é vomitiva ao par das de outras espécies da mesma família; o aroma das flores goza de um grande apreço e valor para os perfumistas e destiladores; o cheiro das violetas é doce, suave, delicado, porém prejudicial quando se guarda um ramalhete das flores dentro do quarto durante a noite. Os anais de medicina referem frequentes casos de incômodos, dores de cabeça, vertigens e mesmo ataques de apoplexia pela influência direta do aroma. Desde quinze a vintes anos, a cultura das violetas tem alcançado espantosos incrementos na corte e na feira de Petrópolis, em razão do consumo para bailes e festas. Apesar de querer a planta sombra e umidade, também necessita de alguns raios de sol. Multiplica-se de semente e de raiz. Para melhor dar flor, é preciso quebrar-lhe a miúdo as guias ou lancetas. O seu tempo é o inverno e também os meses de setembro, outubro e novembro.