Verbasco branco

Verbascum thapsus Linneo, Família das scrophularineas

Verbasco branco

   História Natural.  Os jesuítas indroduziram a cultura  de muitas plantas medicinais, entre as quais estão o Verbasco, o Verbasco branco e o Verbasco blattaria. Frei José Mariano da Conceição Vellozo, na sua Allographia, traça a seguinte exposição do Verbasco branco: “raiz longa dividida e profundamente descida; talos simples, erguidos, roliços, rijos, cabeludos, altos de 2 a 3 pés, cercados irregularmente de folhas; folhas largas, sentadas, com a base prolongada pelo talo, oblongas ou ovais, algumas vezes apontadas ou pontudas, denteadas pelas margens, de uma cor verde pálida, e em ambos os lados cobertas de uma penugem espessa, embranquiçada e mole; brácteas alanceadas ou lanceoladas com as pontas delgadas, aveludadas no lado inferior e no superior lisas e mais compridas que o cálice; flores amarelas situadas em espiga, apertada, comprida, inclinada e terminal, cálice repartido em cinco  segmentos pontiagudos, pilosos exteriormente; corola de um só pétalo, amarelo, repartido no limbo em cinco segmentos desiguais, embotados, ovais, venosos, levemente denteados e aguçados; filamentosos, cinco, pilosos, desiguais no comprimento; duas anteras avermelhadas; ovário arredondado, aveludado; estiletes simples; estigma comprido; cápsula oblonga, repartida em dois alojamentos e duas pontas; muitas sementes miúdas e angulares”.

   Análise Química. Mr. Morin observou as flores, e a sua análise não revelou a existência de princípio narcótico, porém achou-se o seguinte agregado de produtos opostos: óleo volátil amarelado, matéria ácida gordurenta, ácidos málico e fosfórico livres, açúcar incristalizável, goma, matéria gordurenta verde, clorofila, princípio colorante amarelo, sais minerais de potassa e cal (Jornal de Chimie, t.3). O Sr. Rossignol encontrou grande porção de nitrato dentro do Verbasco branco (Académie des Sciencies, 1842).

   Propriedades. Administra-se a infusão das flores, meia onça por libra de água. Observa o Richard que se deve coar a infusão com um pano fino para não engolir os pelos dos estames que poderiam agarrar-se à garganta e machucá-la. A infusão adoçada com mel ou açúcar ou em xarope de goma é boa para curar os defluxos e a irritação de peito, as cólicas e ardores de urinas. As folhas servem para banhos, clisteres, loções; a água destilada das flores serve para o curativo das queimaduras. Os autores antigos atribuíram ao Verbasco branco uma série de virtudes terapêuticas que os modernos estão longe de preconizar por serem elas mais que duvidosas. Também cultiva-se no Brasil, nas margens dos rios e nos jardins o Verbascum blattaria, notável por causa dos numerosos pelos granulosos de seus talos. Mathiole assevera que é remédio aperiente.

 

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