História Natural. À exceção de uma espécie única que habita as regiões antárticas da América, todas as outras espécies que chegam hoje ao número de sessenta pertencem ao hemisfério setentrional. Todavia, como se reconhece, os verdadeiros Zimbros tornam-se mais belos e fortes nos climas quentes e nas localidades impregnadas de sal marinho. Seria muito natural favorecer a cultura de várias espécies, do Juniperus da Virgínia, do Juniperus oxycedrus, nas costas extensas do norte e do sul do Brasil. Os portugueses tentaram transplantar a espécie conhecida pelo apelido de Juniperus lusitanica ou Juniperus chinensis, porém é uma espécie fedida em vez de aromática, e melhor convém dar a preferência às duas da Virgínia e do meio dia da França, que são muito aromáticas e de cheiro agradável. O Zimbro ou Juniperus communis tem o tronco vermelho e bom cheiro, deita ramos revestidos de suas folhas agudas, duras, picantes e sempre verdes. O fruto parece as bagas da Era, são verdes no princípio e, quando amadurecem, tornam-se vermelhos.

   Análise Química. As bagas do Zimbro contêm albumina, açúcar, resina, óleo volátil, extrativo, princípio amargo, acetato de cal, malato de cal, goma, cera e fibra lenhosa (Trommsdorff). A madeira de Zimbro dá, pela sua destilação, ácido, piro lenhoso, carvão, óleo empiemático e gás (Stolz).

   Propriedades. As bagas de Zimbro são denegridas, aromáticas, de sabor amargo resinoso um pouco açucarado. Pela fermentação, obtém-se um licor alcoólico que deve seu aroma ao óleo volátil. O licor chama-se Gim em Inglaterra e na Holanda, Genebra. O povo acredita que a fumaça da lenha do Zimbro queimado repele as moléstias contagiosas e as feitiçarias. Em medicina, as bagas de Zimbro são de uso vulgar em infusão para debelar a hidropisia; são reputadas cefálicas, incisivas, aperitivas e fortificantes dos nervos. O que resulta melhor do emprego do cozimento das bagas de Zimbro é uma grande e fácil secreção de urinas, do mesmo modo que a Genebra tomada em uma xícara de chá de folhas de Laranjeira da terra, na dose de uma colherinha, provoca abundante e copiosa secreção de suor. Administra-se o Zimbro em infusão, cozimento, extrato e tintura alcoólica.