Abútua

Bútua, Abuta, Menisperma, Cocculus, Diocia Polyandria de Linneo, Família das menispermeas de Jussieu

Abútua

   Caracteres Botânicos. Flores polipétalas tendo muita relação com as Cissampelos. Nas flores macho são quatro pedíolos externos e oito internos; nas flores fêmeas, encontram-se só estaminhos estéreis em vez de dezesseis que existem nas flores macho; as bagas são monospermas.

   História Natural. Martius refere cinco variedades de Cocculus: umas oriundas das províncias orientais do Brasil; outras do norte do Pará e Rio Negro. As mais conhecidas são as duas espécies: a Parreira brava rubra e a Parreira brava branca. No comércio e na Matéria Médica do Jonathan Pereira, t.2, Londres, 1842, p.1792, confunde-se a Abútua  com a Caapeba, valendo-se o autor do dito Martius que, todavia, as distingue claramente uma da outra. As raízes da Abútua  dão origem a muitos ramúsculos angulosos, torcidos de quatro a cinco pés de diâmetro por baixo. As folhas são de grande tamanho, de onze polegadas de comprimento.

   Análise Química. Quando se separam os ramúsculos, veem-se distintamente os círculos lenhosos que os constituem, separados entre si por um tecido celular donde decorre um sumo roxo e muito adstringente. A casca verde tem um sabor amargoso stypico e muito áspero; encerra boa porção de tamino e ácido gálico. A amêndoa é emulsiva, contém muita fécula e um óleo amarelado.

  Propriedades. Desde muitos anos, as raízes e ramúsculos da Abútua são reputados desobstruintes nos casos de congestão de fígado, pela sua qualidade diurética. Costuma-se empregar o cozimento da Abútua para debelar as lesões flegmásicas dos rins e da bexiga, e administra-se vulgarmente o mesmo nos casos de blenorragia e de enfermidades venéreas. Emprega-se a raiz escura por fora e amarelada por dentro, de um sabor doce e amargoso em pós, cozimento, essência ou tintura e extrato. Os pós são receitados junto com as sementes de Lycopodio e deve-se principiar com quinze grãos por dia até chegar a um escrópulo e mesmo a dois escrópulos. Deita-se para o cozimento uma onça de raiz dentro de duas libras de água até que se opere a redução à metade. Este cozimento é receitado por certos facultativos em casos de disenteria e também de icterícia. Obtém-se a tintura de Abútua macerando uma parte de raiz sobre cinco partes de álcool. A dose regula-se de cinquenta a sessenta gotas por dia. O extrato dá-se em pílulas e sempre juntamente com o cozimento da mesma planta.

 

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