Simarouba

Simaruba officinalis, Marubá, Quassia simaruba Linneo, Simaruba amara Aublet, Família das rutaceas

Simarouba

    História Natural. Grande e bela árvore do Pará e Rio Negro onde nasce espontaneamente nos terrenos arenosos. Suas folhas são pinuladas, formadas de cinco a sete pares de folíolos alternos, com breves pecíolos, arredondadas e coriáceas e lisas, de cor verde pálida por baixo. As flores são monóicas. Segundo De Candolle, o gênero Simarouba constitui-se de algumas árvores de folhas alternas de flores brancas ou esverdeadas, pequenas, dispostas em cachos paniculados, axilares ou terminais. As flores são unisexuais, de cálice curto, em forma de cúpula de cinco divisões; corola de cinco pétalos, mais compridos que o cálice. As flores masculinas possuem dez estames hipóginos; as flores fêmeas apresentam dez pequenas escamas e um pistilo levado sobre um ginóforo curto de cinco ovários livres. A cada flor fêmea, sucedem cinco drupas uniloculares e monospermas.

    Análise Química. A casca muito amarga deve esta qualidade ao princípio que contém, descoberto pelo Winckler e chamado quassino, o qual foi achado primeiro na Quássia amara. A sua fórmula química é C20H12O6. Ela se misturada na casca da Simarouba officinalis com uma matéria resinosa, um óleo essencial, ao ácido málico e a alguns sais.

    Propriedades. Aublet descreveu a primeira Simarouba: dois negros, diz ele, colhem a casca da raiz. Um corta a árvore em pedaços, outro tira a casca, ambos vestidos para preservar-se do contato do suco acre que brota da árvore no ato de cortar. Tal suco é cáustico e visica a pele. A madeira da Simarouba é ligeiramente branca, os ramos são de cor roxa escura. As cascas que se vendem nos mercados são pedaços compridos, filamentosos, enrolados e de cor amarela pálida. O célebre Antonie de Jussieu empregou primeiro a casca de Simarouba durante a epidemia de disenteria do estio de 1718, com grande proveito. Coloca-se a Simarouba, em razão de seu princípio amargo, entre os primeiros tônicos. Convém o seu emprego nos casos de atonia mesentérica seguida de dores, cólicas e ventosidades, nas disenterias mucosas nas afecções verminosas; quando existe uma anasarca, escorbuto ou hemorragia passiva. Não existindo irritação gástrica ou lesão orgânica, o seu uso é recomendado para debelar o catarro uterino crônico, as escrófulas e algumas febres intermitentes de caráter teimoso. Sempre se deve observar antes de lançar mão de um agente poderoso que deixa desvanecidos os sintomas de inflamação para não correr o risco de aumentar as flegmasias pelo seu emprego prematuro. O uso habitual que tenho feito da  Simarouba officinalis na ocasião do segundo período da disenteria, tem sido constantemente feliz, pois ela modera as evacuações alvinas, diminui a secreção intestinal, restabelece as forças normais dos intestinos e faz cessar o tenismo e a diarreia, trazendo sossego, descanso e sono. Existem outras espécies de  Simarouba: a Simarouba versicolor ver: Paraíba, a Simarouba excelsa,  ver Quássia, cuja casca figura nas oficinas com o mesmo nome de Lignum quassiae, porém a mais enérgica, a mais salutar é a da Simarouba officinalis. Prescreve-se o cozimento na dose de duas oitavas de raiz em uma libra de água, que se faz ferver até reduzir-se à terça parte, aromatiza-se com água de flor ou de canela e bebe-se uma dose de três em três horas. A casca elástica mole reduz-se facilmente em pós. Raspada, envolve-se com xarope de gengibre ou de goiabeira e dá-se na dose de um escrópulo até uma oitava. Outros facultativos receitam os pós de casca de Simarouba misturados simplesmente com água; meia onça serve para ser macerada em libra de água. A fórmula do Dr. Roques é muito acreditada. Simarouba em pós ½ onça; ipecacunha 1oitava; extrato aquoso de ópio 4 onças; conserva de goiabada 2 onças; xarope de casca de laranja q.b. Faz-se um electuário e dá-se uma oitava quatro vezes ao dia.

Carregando...