História Natural. Árvore indígena do sul América que segundo as condições dos terrenos tem mais ou menos uma boa altura. A sua forma é piramidal; ramos quadricotomos tendo na sua extremidade folhas elípticas um pouco agudas nas pontas, cujo pecíolo é coberto de um coton, ferruginoso assim como o pedicelo e o cálice das flores. Estas formam uma umbela encimada, misturada entre as folhas, de sépalos ovais, um pouco agudos; corola tubulosa e campanulada, mais comprida que o cálice. A fruta varia de tamanho segundo as variedades da planta; por vezes, a sua forma é ovoida, outras vezes globulosa e também se acha em algumas árvores deprimidas; varia o seu tamanho desde uma maçã pequenina até ao volume de ovo. O pericarpo geralmente cobre-se de uns pós ferruginosos. Internamente, encontram-se dez a doze células. Cada uma destas contém uma semente negra, lustrosa, comprimida lateralmente, de um lado sobressai o hilo com forma de uma linha branca.
Análise Química. A árvore dá um suco leitoso que não é acre; o suco concreta-se no ar e forma uma matéria branca ou resina, a qual, quando se queima, espalha um aroma de incenso. A semente é amarga e a casca muito adstringente.
Propriedades. As frutas são comestíveis depois de estarem maduras, deixando-as no pé. A polpa é cheirosa e adocicada. As sementes são tidas por aperientes e como infalível remédio contra a retenção de urinas. Costuma-se administrar a emulsão até que o enfermo experimente alívio, o que de ordinário não tarda. O óleo que se extrai das sementes serve de manteiga para temperar alimentos. Segundo Jacquin, alguns professores substituíram a quina pela casca de Sapote e conseguiram curar febres intermitentes. A cultura reclama particulares cuidados. Tussac recomenda deitar as sementes à sombra; os pés que nascem devem permanecer cinco ou seis anos no mesmo terreno e serem muito vigiados. Depois, transplanta-se a árvore jovem com todas suas raízes, para um terreno leve, estercado e regado no princípio com certa regularidade. Os curiosos observam que deve-se afastar a cultura do Sapote das moradias por exalar a árvore, de manhã, um cheiro forte que se desenvolve sobretudo depois das chuvas e por atraírem as frutas maduras grande concurso de morcegos que depois prejudicam as casas. A madeira da árvore é compacta e empregada para frechais, barrotes e vigas, porém recomenda-se muito colocá-la em lugares secos, protegidos da umidade.