Sândalo

Santalum album Linneo, Santalum freycinetianum Gaudichaud, Família das santalaceas

Sândalo

       História Natural. A naturalização do Pau sândalo da Índia foi lembrada pelo ilustre botânico Arruda, e Ayrès de Cazal assevera que sua cultura foi tentada na província de Pernambuco. Seja qual for o resultado do primeiro ensaio, fica a recomendação de Arruda digna de ser executada e de novo tornamos a fazê-la enumerando as espécies e propriedades do pau exótico. Existem três espécies de Sândalo: o branco, o citrino e o vermelho, que provém do Pterocarpus santalinus, família das leguminosas papilonáceas. O Sândalo branco, Santalum album Linneo, nasce nas montanhas do Malabar. É árvore de forte proporção, de bela e copada cimeira, de forma redonda; casca escura e rugosa; folhas lanceoladas, agudas na ponta, pecioladas e glabras; flores pequenas, dispostas em cachos axilares e encimadas, de cor amarela quando desabrocham e depois se tornam vermelhas. O Sândalo amarelo, Santalum freycinetianum Gaudichaud, provém de uma árvores das ilhas  do Sandwich, Marquezas, Fidgi e do Malabar. Folhas obtusas, venosas, lanceoladas, de limbo cinco vezes mais comprido que o pecíolo; flores grandes, cor de rosa, dispostas em cachos encimados. O Sândalo vermelho, Pterocarpus santalinus Linneo, é genuíno da Índia e da Ilha de Crylan. É árvore alta, de folhas compostas de 3 e 5 folíolos quase redondos, obtusos, glabros por cima, pubescentes por baixo, cachos de flores axilares singelos ou ramosos, pétalas creneladas e ondeadas. A madeira é cheirosa, dura, densa, de bela cor granada, que se torna um tanto escura ao contato do ar; as fibras são cheias de granulações lustrosas pegadas por um suco resinoso concreto.

       Análise Química. O aroma do Sândalo deve-se, segundo as pesquisas de Pelletier, à presença da sandalina. Obtém-se a sandalina macerando a madeira com álcool fervente e evaporando até completa secura. Aparece vermelha, pouco solúvel com água, sólida, compacta, dissolvendo-se facilmente dentro de álcool, éter, ácido acético etc. Quando se procura dissolvê-la com álcool e precipitá-la mediante alguns sais, ela dá então laca de bela cor, a qual se obtém com o cloreto de estanho, apresenta uma cor viva purpúrea. A sandalina contém carbono 75-03, hidrogênio 6-37; oxigênio 18-6.

       Propriedades. Os sândalos são madeiras de préstimo, ricas e de valor reconhecido nos mercados, além dos seus usos medicinais. O Sândalo branco tem um cheiro suave, um sabor amargoso; emprega-se como perfume e como substância estimulante e sudorífica. O Sândalo citrino apresenta uma bela cor amarela, tem mais aroma do que o branco; a madeira serve para obras finas de marchetaria por ser fácil de lustrar e de bonita vista, além do aroma. O principal consumo consiste em queimar os pauzinhos para perfumar os templos, igrejas e casas. Empregava-se o Sândalo vermelho antigamente como substância adstringente, porém a descoberta da ratanhia, da monésia e de outros agentes o tem privado de tal aplicação na terapêutica.

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