Salsa da praya

Soldanella brasiliensis Marcgrave, Batata do mar, Convolvulus marinus Pison, Ipomea maritima Brown, Convolvulus brasiliensis Linneo, Família das convolvulaceas

Salsa da praya

    História Natural. Três variedades da planta se encontram nas costas marítimas do Brasil até ao distrito de Magalhães. São o Convolvulus brasiliensis, Convolvulus pes caprӕ Convolvulus marinus. As folhas estabelecem alguma diferença entre as variedades. A Batata do mar é planta glabra, de talos caídos, cilíndricos e radicantes, folhas alternas, chanfradas, de dois lobos, cuneiformes na base, espessas, carnudas, levadas por pecíolos canaliculados. As flores são em número de três a seis, sustentadas por pedúnculos axilares, solitários, cilíndricos, guarnecidos nas suas divisões de brácteas assoveladas. As flores são campanuladas, púrpuras e rodeadas na base de pequenos cálices a folíolos ovais e ligeiramente mucronadas. As cápsulas são redondas e encerram quatro sementes felpudas.

    Análise Química. Da raiz alongada escorre um leite acre, corrosivo; extrai-se da mesma uma resina denegrida, amido, goma, extrato e uma matéria terrosa. O leite ou suco concreto tem sabor viroso, nauseabundo, e amargoso-acre. A planta contém a substância descoberta por Marquart, o convolvulino, álcali vegetal muito ativo que se encontra na jalapa e nas escammoneas.

   Propriedades. Manso assevera que o Convolvulus marinus ou Batata do mar é o mais bonito dos convolvulos, e  que merece a reputação da escammonea por ser um excelente purgante. Aconselha-se o suco com toda prudência por ser corrosivo. A infusão das folhas é pouco laxativa e bastante amargo, por isso é melhor dar o extrato resinoso em uma emulsão ou pílulas, segundo a indicação terapêutica nos casos de hidropisia ou de retenção dos mênstruos. As folhas maceradas em vinagre com sal são tópico excelente contra tumores e também um remédio antiescorbútico. Martius recomendava o uso do cozimento das folhas frescas contra a gonorreia. As mesmas, postas em cima dos cauterios, favorecem muito a supuração. Alguns clínicos, considerando a planta como agente sudorífico e diurético, a recomendam nos caos de enfartos de fígado e baço, e outras flegmasias viscerais. A dose purgativa do extrato resinoso em pós é de 12 até 36 grãos, segundo a idade e força do enfermo. A resina em pós provoca vômitos e conjuntamente copiosas  dejeções alvinas. Um modo conveniente de administrar a resina de Batata do mar consiste em dissolver uma meia oitava de resina em álcool ou com uma gema de ovo, e depois a diluir em uma xícara de chá de folhas de Laranja da terra. Assim, torna-se um purgante suave. Prepara-se uma tintura alcoólica que se reputa remédio valioso contra os vermes e para expelir a solitária, porém os fatos clínicos não abonam a sua aplicação.

 

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