Ruivinha

Galium Linneo, Família das rubiaceas

Ruivinha

     História Natural. O gênero Galium conta 5 espécies na província do Rio de Janeiro, segundo o que refere Frei Vellozo na Flora Fluminense. São o Galium ciliatum, Galium brasiliense, Galium fluminense, Galium apicum, Galium paratyense. Plantas herbáceas que nascem nos campos do beira-mar e nas matas vizinhas. O Galium fluminense tem a corola amarela, a fruta vermelha. Esta espécie apresenta  maior parte dos caracteres botânicos da Ruiva doméstica, Ruiva dos tintureiros ou Granza que se cultivam no sul da França. A Ruiva europeia tem raiz vermelha, talos compridos, quadrados, nodosos, ásperos ao tato e de cada nó saem 5 ou 6 folhas compridas, estreitas e vilosas; as flores, que são verdes tendendo a amarelas, nascem na extremidade de certos raminhos, e as raizes da espécie silvestre lançam talos e ramos mais miúdos e folhas muito pequeninas.

    Análise Química. A Ruivinha ou várias espécies brasileiras de Galium fornecem pela raiz os mesmos princípios que a Ruiva dos tintureiros. Apresenta matéria colorante vermelha ou cor de laranja escura, parte lenhosa, ácido vegetal, goma, amido, matéria mucilaginosa amarga, resina cheirosa e cinzas. A Granza contém muitos sais de cal e de  potassa, óxido de ferro e sílica. As cinzas dão muita cal e potassa.

    Propriedades. Seria empresa útil cultivar entre as 5 espécies brasileiras a que mais se refere à espécie europeia Ruiva dos tintureiros, Rubia tinctorium. Esta planta e o anil são as duas substâncias tintórias mais importantes por darem a primeira, todas as gradações da cor encarnada; a segunda, todas as da cor azul e serem de fácil cultura, pois basta plantar os renovos em terrenos pantanosos, recentemente enxutos, escolher as terras calcárias de preferência a qualquer outra. Os métodos de cultura variam e, para  adaptar melhor, convém seguir os conselhos marcados no Guia do Jardineiro por Custódio de Oliveira  Lima, p.186. Além do princípio colorante que comunica à lã ou seda uma bela cor vermelha ou rosa, que se fixa com pedra ume, a raiz da planta tem sido gabada como excelente remédio contra a icterícia e o raquitismo. O que parece certo é que ela possui unicamente virtudes adstringentes. O seu uso interno provoca um fenômeno fisiológico notável, que consiste em dar aos ossos uma tinta avermelhada, a qual não penetra os outros tecidos do organismo. Suspendendo o uso, desaparece logo o fenômeno da coloração.

 

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