História Natural. A maior parte dos autores declara que o nome de Quina do Rio de Janeiro se refere à Portlandria hexandra Jacquin. Martius quis que fosse o Exostema formosum Chamisso. Alguns outros deram o mesmo nome ao Solanum pseudoquina de A. St'Hilaire. A nossa opinião é que a Quina bicolorata ou bem Quina alaranjada, descrita por Vellozo na sua quinologia e que Bernardino Antônio Gomes menciona no 4º tomo das Memórias da Academia das Ciências de Lisboa, é a verdadeira quina do Rio de Janeiro, pois a Portlandria hexandra é Quina de Pernambuco como o acentuou na sua obra o Frei Vellozo. Verdade é que esta última árvore existe em certos pontos do norte e do centro das províncias do Império e encontra-se abundantemente por toda a beira-mar, varia de tamanho, conservando-se à altura de 6 a 12 pés, dividindo-se em ramos roliços, achatados e salpicados na superfície de sua casca de pequenas verrugas que a fazem um tanto escabrosa e cuja casca vem a chegar em mais copiosa remessa para o mercado do Rio de Janeiro do que qualquer outra congênere, de onde se tira a conclusão de que ela era propriamente um produto da localidade do Rio de Janeiro. A Quina bicolorata ou Quina alaranjada de Mutis e Vellozo tem a casca exteriormente pardacenta, cor de laranja por fora, muito delgada, de sabor amargo forte e provoca náuseas. A sua análise vem no Journal de Pharmacie de Paris, t.7 e sua descrição nas Memórias da Academia das Sciências de Lisboa. Comparetti tem publicado também várias considerações acerca do córtex china ou Cascarilla falsa e sobre a Quina brasileira (Observazioni sulle proprietá della China di Brazil e Padoa, 1794).
Quina do Rio de Janeiro