Amargoseira

Azedarach bipinnatus Linneo, Melia azedarach Linneo, Cinamono, Lilás da Pérsia, Decandria Monogynia Linneo, Família das meliaceas

Amargoseira

    História Natural. Árvore da Índia aclimatada no Brasil e ornato de muitos jardins, onde cresce até altura de vinte e tantos pés sem, todavia, alcançar a de quarenta e cinquenta que costuma ter no seu país natal. Tronco direito, cilíndrico, folhas amplas, verde-claro, paniculadas, pontudas e ovo-lanceoladas. Panículos axilares, do comprimento do pecíolo; corola de cor lilás, andróforo de cor roxa denegrida; drupa ovoida e globulosa do tamanho de uma azeitona.

    Análise Química. Os bagos dão um óleo concreto que serve para fabricar velas e que se utiliza nas artes, sobretudo na pintura. A casca fornece uma goma que se assemelha à da goma arábica. As frutas encerram um princípio venenoso.

    Propriedades. A madeira é de cor avermelhada obscura, bem fechada e torna-se muito bela a vista quando é envernizada. As frutas, segundo a opinião dos botânicos Loureiro e Blume, possuem uma grande ação antiverminosa; a polpa é comestível, porém tomada em grande porção provoca tonteira e convulsão. Blume assevera que na Ilha de Java as bagas são reputadas os melhores vermífugos. A casca em cozimento serve contra os ataques de cólera; a polpa das bagas e as folhas frescas curam a tinha. Cumpre avaliar tantas virtudes terapêuticas. A árvore foi chamada pelos portugueses Amargoseira pelo motivo de serem as folhas e a casca muito amargas e, como tais, servindo em certos casos de febres renitentes para substituir a quina. O chá das flores, que são muito cheirosas, é um fraco antiespasmódico. A raiz é a parte que mais se pode considerar como antiverminosa, por ser mais amargosa do que as cascas e as folhas. Ela se administra em cozimento na dose de duas oitavas por libra d'água. Os médicos da América do Norte receitam a casca fresca em decocção e asseveram que ela expele logo os vermes ascarídeos, porém é preciso ser prudente quanto ao modo de administração. O melhor modo consiste em preparar quatro onças da raiz fresca, que são fervidas em libra e meia de água até conseguir a cor de café carregado. Administra-se então meia onça de duas em duas horas, até que o remédio surta o seu completo efeito e que saiam os vermes.

 

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