Quina de São Paulo

Solanum pseudoquina A. St´Hilaire, Família das solaneaceas

Quina de São Paulo

      História Natural. Árvore das matas da província de São Paulo e de Curitiba no Paraná nasce nas partes fora dos trópicos. Árvore pequena, direita, ramosa, inteiramente privada de espinhos; ramos glabros; casca delgada, enrugada ou quase lisa, de cor amarela arruivada, folhas alternas, solitárias, sem estípulas, brevemente pecioladas, lanceoladas, oblongas, estreitas, agudas, inteiras, um pouco decorrentes sobre o pecíolo, perfeitamente glabras por cima, cotanilhosa por baixo nos ângulos de encontro da nervura mediana com as nervuras laterais. Cachos extra-axilares, pedunculados, cálice quinquepartido, desigual, glabro, persistente. Baga globulosa, glabra, repartida em duas células polispermas.

     Análise Química. Vauquelin fez a análise do Solanum pseudoquina e o achou composto do seguinte modo: princípio amargo da casca, matéria resinosa solúvel dentro da água, matéria viscosa gordurenta, substância animal combinada com a potassa, amido, oxalato de cal, cal e magnésia, óxidos de magnésia e de ferro, fosfato de cal, lenho. Mr. Vauquelin observa que é notável não haver encontrado vestígios de silícia, que se observa mais ou menos em qualquer vegetal.

       Propriedades. A casca da Quina de São Paulo é inodora, de textura granulosa, pouco amarga quando se prova. Ela, segundo a análise de Vauquelin, não contém quinina, nem cinchonina e, todavia, o seu princípio extrativo amargo basta para vencer casos de febres periódicas renitentes. Os clínicos e os habitantes de São Paulo e Curitiba são convencidos de que a planta se iguala à melhor quina da América espanhola, e os fatos de cura abonam semelhante opinião. O melhor modo de dar a Quina de São Paulo consiste em fazer um cozimento de uma onça sobre uma libra de água e administrar em jejum, no ato da remissão, uma dose ou duas. Alguns facultativos dão preferência ao extrato, receitado em pílulas.

Carregando...