História Natural. Cultiva-se no Brasil e nas outras regiões da Ásia e da África o Quiabo de cheiro que dizem ser oriundo da Índia, de onde foi depois levado para o Egito e para a América. O caule é peludo, alto de alguns pés. As folhas são cordiformes, de cinco divisões agudas e dentadas; os pedúnculos se encontram direitos, solitários na axila das folhas. As flores são grandes amarelas e de cor purpúra. As cápsulas são peludas, as sementes cinzentas e reniformes, comprimidas perto do umbigo; marcadas sobre a superfície com uma linha fina e regular. As sementes deitam um cheiro misto de âmbar e almíscar, o sabor é aromático, um tanto amargo. Invólucro de cinco ou dez folíolos, caduco; cálice de cinco divisões, corola de cinco pétalos obovoides abertos e pregados na base, ovário séssil, singelo de cinco septos, contendo no meio grande número de sementes, fruto capsular e pentágono piramidal de cinco válvulas septíferas. Sementes numerosas e subreniformes.
Análise Química. Mr. Bonastre fez a análise das sementes (Journal de Pharmacie, t.20, 1834). Elas encerram quatro substâncias: 1° óleo fixo, fluido; 2° aroma; 3° matéria gordurenta concreta e cristalizável; 4° resina.
Propriedades. Esta planta anual das regiões equatoriais fornece sementes que se empregam nas artes, notadamente na perfumaria, por vezes são reputadas estimulantes, cordiais e antiespasmódicas. Assevera Mr. Humboldt que na Nova Andaluzia costuma-se dar a semente do Quiabo de cheiro para curar mordeduras da cascavel. A opinião de Danur, que afirmava ser a semente emética, não foi comprovada por fatos autênticos. Vende-se a semente seca na Espanha como perfume, e dizem que os árabes a utilizavam para fabricar o almíscar e dar melhor cheiro ao café pulverizado.