História Natural. A Alta refere-se a espécies Anona squamosa Linneo, enquanto se dá o nome de Fruta do conde a outras espécies: Anona muricata, Anona corifolia, Anona obtusiflora, segundo as províncias. As Altas do Ceará são as mais abundantes e as melhores de todo o Brasil e talvez de toda a América, por serem filhas de clima quente e seco. A árvore que as produz varia de altura do sul para o norte, chegando a quinze pés. A madeira é branca e bastante dura, a casca esverdeada escura e o topo guarnecido sem ser muito copado. Apresenta folhas alternas e separadas, pecioladas oblongas, lanceoladas, pontudas, glabras, um pouco luzidias e de cor verde por cima, de cor mais clara e azulada por baixo. Pedúnculos opostos às folhas, solitários, tendo uma flor pequena, verde por fora, cor branca amarela por dentro e de cheiro pouco agradável. Cálice pequeno de três divisões, redondo, pontudo; três pétalos exteriores, estreitos, triangulares ou prismáticos, três pétalos internos, ovoidos. As frutas são ovais, oblongas ou cônicas, verdes ou um tanto denegridas, cobertas de uma matéria purulenta, e compostas de mamilos obtusos, convexos por fora, imbicados, que as tornam inteiramente amolgadas.

   Análise Química. A polpa contém um princípio mucoso e açucarado, um princípio aromático; a casca encerra muito tamino e o cozimento torna-se preto pela adição do sulfato de ferro.

   Propriedades. A polpa é esbranquiçada de sabor agradável ao paladar, onde se derrete facilmente, desenvolvendo o aroma de canela e de alambre. Os gomos das frutas são adstringentes. As folhas frescas fritas espalham um cheiro desagradável, proveniente do óleo volátil contido nos folículos da teia celulosa. Mergulhadas as folhas em água fervente, são empregadas para amadurecer apostemas. A infusão das sementes convém nas afecções de cálculos da bexiga. Obtêm-se das frutas vinho, cidras e licor, porém pouco uso doméstico costumam ter semelhantes bebidas entre nós.