Eugenia uniflora Linneo, Cerasus brasiliensis Marcgrave, Hepitanga Pison, Eugenia michelii Lamarck, Plinia rubra Vellozo, Família das myrtaceas
História Natural. Arbusto ou árvore de vinte a trinta palmos sobre um de grossura. Tronco direito, muito copado no topo; folhas lustrosas, de cor verde claro, opostas, ovais, pontudas, inteiras, ligeiramente ondeadas e lisas; a ponta dobra-se de um lado, não se apresenta chanfrada na base; elas são compridas de duas polegadas, os pecíolos são curtos, cobertos de pequenos pontos transparentes, os mais recentes de cor púrpura escura. Pedúnculos unifloros, laterais, finos, mais curtos do que as folhas, solitárias, e muitas vezes juntos dois a três no lugar de sua inserção. Flores esbranquiçadas, pequenas, cálice de quatro lacínias oblongas, peludas nas margens; quatro pétalas oblongas maiores do que o cálice; numerosos estames, mais curtos do que as pétalas. Fruta globulosa de lados redondos, vermelha quando madura, coroada pelo cálice; polpa mole, agridoce; caroço globular e monospermo (Encycl., t.3).
Análise Química. Tanino, substância aromática acre “Eugenia do Sr. Bonastre”, amido, açúcar, goma, mucilagem, ácido málico, água. Tais são as partes constituintes da fruta Pitanga. As folhas são aromáticas.
Propriedades. As frutas comestíveis são provenientes das duas espécies. Eugenia michelii e Eugenia pedunculata. O sabor é ácido-doce um pouco austero; o cheiro é próprio, a virtude antibiliosa, e esculenta. Preparam-se com ela calda, vinho, vinagre, que se aplicam em medicina. O doce ou geleia de pitanga é muito estimado. O licor que se obtém pela destilação do fruto pequeno, canelado, de cor escarlate ou roxo e de gosto agridoce é muito saboroso. Um poeta, descrevendo uma bela noite do Rio de Janeiro, diz: “O vento sopra, as flores das pitangueiras caem e cobrem a superfície da terra como uma nuvem aromática.” A. St´Hilaire observou com razão que as flores das pitangueiras são muito pequenas e pouco abundantes para causar semelhante efeito. As folhas pisadas e fervidas com vinagre e um pouco de sal e depois aplicadas quentes sobre as partes do lombo em lugar do cataplasma são de salutar utilidade no caso de dores reumáticas ou provenientes de resfriamento. O cozimento das folhas se emprega geralmente em banhos para acalmar as dores gotosas ou venéreas.