Paraíba

Simaruba versicolor A. St'Hilaire, Família das simarubas

Paraíba

    História Natural. Arbusto pequeno do sertão de Minas e dos campos e margens do Rio São Francisco. A sua altura não excede dez pés. Folhas sem estípulas, alternas, pecioladas, pinuladas sem ímpar, longas de cinco a doze polegadas, sustentadas sobre um pecíolo curto, glabro e vermelho; oito a quatorze folíolos oblongos, elípticos muito obtusos, chanfrados no topo, verdes e glabros por cima, esbranquiçados na superfície inferior, coberta de pelos, tendo nervura mediana, pubescente. Panícula encimada, repartida em cinco ou nove racimos alternos, separados, delgados angulosos, um pouco achatados, glabros e vermelhos. Flores aglomeradas, sustentadas por um pedicelo curto, apenas pubescente, carregado na base de brácteas muito pequenas. Nas flores masculinas, cálice muito pequeno, de cinco dentes profundos e obtusos. Cinco pétalos hipóginos, acabando com dois dentes desiguais, espessos, glabros de cor amarela verde, com a margem purpúrea. Dez estames hipóginos mais curtos que a corola, filetes subalados, cobertos de uma escama espessa; antenas elípticas e biloculares. Ginóforo cilíndrico, pubescente, com dez gomos. Ovário inteiramente abortado (Plantes Usuelles, p.2.).       

    Análise Química. A Paraíba contém resina, óleo volátil cheirando ao benjoim, sal amoniacal, acetato de potassa, ácido málico, quassima, malato e oxalato de cal, e alumina.

    Propriedades. A Simaruba versicolor tem a casca tão amarga como a Simaruba amara e possui quase as mesmas propriedades. Os sertanejos consideram a infusão da casca dentro de uma porção de aguardente como excelente específico contra as mordeduras de cobras. A mesma infusão cura melhor a moléstia pedicular dos homens e dos cavalos, muito comum na província de Minas. Martius diz que a casca abunda em princípio amargo, adstringente, acre, subnarcótico. O cozimento dado em clisteres expele os vermes; o pó aplicado à cabeça mata os piolhos. Empregam-se o extrato e infusão internamente contra as hidropisias e obstruções de vísceras. O cozimento misturado nos banhos é preconizado contra as impigens, mais que tudo sifilíticas. Este remédio reclama certa cautela na sua aplicação (Mat. Méd. Bras.). Os sertanejos consideram a Paraíba entre os venenos, porém nada justifica semelhante crença. A análise da Simaruba versicolor não revela substâncias tóxicas: a quassina e ulmina não são tidas por tais.

 

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