História Natural. Existe Pau-de-breu em muitos lugares da província do norte e, sobretudo no Mato Grosso, onde serve para calafetar as canoas e embarcações pequenas. O tronco varia de altura, de trinta a sessenta pés sobre um ou dois de diâmetro, segundo as localidades. A casca é avermelhada, espessa e enrugada. A madeira é dura e de cor vermelha escura, os ramos são desiguais, as folhas alternas, ovais, oblongas, pontudas, glabras, verdes e inteiras. As folhas recentes são vermelhas e enroladas pelas margens. As flores são brancas, pequenas, nascendo das extremidades dos ramos, em corimbos, encimados e axilares, estreitados, cada flor tem um cálice partido em cinco lacínias pontudas; cinco pétalas lanceoladas; vinte estames; filamentos livres; anteras redondas; ovário oval; estilete peludo; estigma de cinco raios; fruta pouco conhecida; ovário cortado pelo meio em cinco células monospermas (Ency.).
Análise Química. Corre do tronco fendido um líquido espesso, vermelho, balsâmico, de cheiro agradável, louro de aroma stiracino, quase intermedio quanto à força média entre o de Copaíba e o bálsamo do Peru; concreta-se logo ao contato do ar, endurece e forma uma resina vermelha; tira-se o líquido balsâmico da casca e do lenho, parece um pouco com a resina elemi; porém, uma dissolve-se com o álcool frio e a outra, com o álcool fervente.
Propriedades. Prepara-se com a resina um breu excelente, que endurece ao ar, e resiste à água e à pancada, o qual serve para calafetar barcos e fechar caixas de viagem. O dito breu, aplicado sobre a pele, equivale aos pés de Burgogna. Emprega-se o óleo essencial contra a epilepsia e a solitária, porém é remédio pouco aceito pelos facultativos porque pode ser infiel (ver Umirí ou Humirium floribundum).