Capureuva, Pau d’óleo, Cabure-ïba, Jacaranda cabiuna, Bálsamo, Cabuericica Pison, Myrospermum Martius, Myrocarpus fastigiatus Freire, família das Leguminosas
História Natural. Árvore das matas que se encontra nas províncias do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco e outras do norte e observa-se também em São Paulo. Pison descreve com o nome de Cabure-ïba uma árvore do sertão cujas folhas são pequenas, semelhantes às do Myrto; casca cinzenta, da espessura do dedo, coberta de uma epiderme delgada de cor vermelha, de onde provém um suco balsâmico amarelo que enche a casca toda. O Conselheiro Peixoto diz na sua tese que esta matéria resinosa, chamada pelos brasileiros de cabureicica, exala um aroma suave muito expansivo que se assemelha ao cheiro do Bálsamo do Peru. Dá-se o nome de Bálsamo do Espírito Santo a esta resina a qual seca e torna-se sólida, porém amolece facilmente pelo calor. Não temos ainda exata descrição do óleo cabureyba. Será um Myrospermum segundo Martius, Neuwied e Riedel? Já no seu tempo, Poiret duvidava que a Cabureiba fosse a mesma árvore que dá o bálsamo do Peru e que o Joseph Jussieu descreve com o nome de Myrospermum pedicellatum. Hoje, vem descrito como Myroxylum peruiferum (ver Drapiez, Dictionaire des sciences naturelles, t.7 p. 598). A árvore varia, assim como o seu produto resinoso, de ambas as espécies Myroxylum peruiferum e Myroxylum toluifera.
Análise Química. O bálsamo cabureicica contém 88 partes de resina, 12 de ácido benzoico, 0,2 óleo volátil sobre 100 partes. Difere em sua composição da dos Bálsamos do Perú e de Tolu.
Propriedades. A cabureicica distingue-se pela sua cor amarela das três espécies de Bálsamo do Peru que são de cor branca, ruiva e preta. Convém o seu uso nas moléstias nervosas para a cura dos espasmos convulsos e externamente para o curativo das úlceras atônicas. Martius diz que o bálsamo é posto pelos índios dentro de frutas não maduras de uma espécie de Eschweilera ou de Lecythis. O bálsamo assim arranjado é meio líquido, de cor escura, sem grande transparência. Parece, segundo Mr. Guibourt, ser composto de 2 matérias, uma fluida e outra sólida e cristalina, o sabor é doce aromático, o cheiro é forte e assemelha-se muito ao do estoraque calamita. Vende-se nos mercados com o nome de bálsamo escuro do Perú, segundo o que se refere Guibourt T. 8 p*.