Norça branca

Bryonia alba dioica Linneo, Família das cucurbitaceas

Norça branca

     História Natural. Planta de raiz fusiforme, ramosa, quase de um pé, obtusa, arredondada no topo, esbranquiçada amarelada, transversalmente rugosa, rugas quase juntas e pouco salientes; parênquima suculento, carnoso, de cor branca com pontos arredondados, dispostos em série radial do centro para a periferia, e com outra série anular solitária que contém o centro medular. Folhas apalmadas, em ambas as superfícies, ásperas; flores dioicas, masculinas, estames simples, dois filetes, duas anteras unidas, femininas, estilete fendido em três ou quatro lacínias; cálice de cinco dentes, pegados à corola, campanulado, partido em cinco lacínias. Bagas em racimos axilares pendentes, globosas, do tamanho de uma ervilha grande, vermelhas ou negras, glabras, ornadas no topo com um ponto elevado em lugar do umbigo; parênquima sucoso; suco verde, cinco sementes. Sementes ovadas, comprimidas, frescas, lustrosas e miudamente rugosas.

      Análise Química. A Norça branca contém bryonia com um pouco de açúcar, resina misturada de cera, resina mole, mucoso açucarado, goma, amido, ácido putico, fibrina amilácea, albumina coagulada, mucilagem vegetal, matéria extrativa, fosfato de magnésia e de alumina, malato de magnésia, fibrina e água (Tratado de Chimica de Berzelius. Análise de Brandes e Firnhaber).

      Propriedades. O cheiro e o sabor são nauseosos e acres, e quase estypticos, o último na raiz fresca. Antigamente, os médicos receitavam a Norça branca com esterco de pavão para curar vertigens. A raiz assemelha-se à do nabo, porém seu sabor acre a faz distinguir. Todavia, em razão de enganos, tem causado envenenamentos. Lê-se na Gazeta de Saúde de Paris, do ano de 1846, o fato de uma senhora parturiente, a quem um medicastro deu uma onça de bryonia em pó para secar-lhe o leite. A senhora faleceu quatro horas depois, envenenada, lançando e deitando nas dejeções alvinas porções de mucosa intestinal. Outra senhora a quem certo curandeiro deu um clister do cozimento da Norça branca morreu em dezoito horas com dores, cólicas, tenismo, diarreia, expulsando parte do intestino reto. As propriedades da raiz são tóxicas em razão do princípio ativo, ou alcaloide venenoso bryonina que a planta contém. A raiz fresca e contusa aplicada sobre a pele causa a mesma série de fenômenos irritativos que um sinapismo de mostarda. Os médicos a receitam com prudência, regulam doses pequenas e assim conseguem debelar as hidropisias, a epilepsia e a asma, casos nos quais se reputa a planta muito eficaz. Misturando os pós de bryonia com magnésia, operam como agente drástico e diurético.

 

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