História Natural. O Capim cheiroso vem na lista das plantas medicinais indígenas de Minas Gerais, publicada no Patriota pelo Dr. Luis José Godoy Torres; o Dr. Martius coloca este vegetal herbáceo na família das cyperaceas, família natural da tribo das monocotilédones. Os estames hipóginos abundam nos lugares úmidos e mesmo em cima dos morros e constituem, segundo Mr. Humboldt o 1/60 da vegetação nos países intertropicais. Diz o Sr. Riedel que as ciperáceas assemelham-se às gramíneas. As raízes de muitas são igualmente mucilaginosas, outras aromáticas, amargas, estomacais e diaforéticas. O Cyperus esculentus produz tubérculos oleosos. O Cyperus papyrus é o Papyrus da Sicília, o papel dos gregos. Os gêneros Scirpus, Schoenus, Scleria servem para o fabrico de esteiras e para cobrir casas (Manual do Agricultor, p.233). Apresenta casulos exteriores imbricados, arestados; margens peludas, membranosas, agudas e coradas; dois estames entre glândulas internas; anteras lineares terminadas por uma borda; nas fêmeas, um estame entre um casulo exterior; um estilete; três estigmas peludos, inteiros; três sementes, uma coberta, obtusa.

    Análise Química. A planta contém um óleo volátil cheiroso e porção de goma, resina viscosa e matéria lenhosa.

   Propriedades. A planta tem um sabor estíptico e acre; as suas qualidades são iguais às do Acoro (Acorus calamus da família das aroideas). As outras espécies de cyperaceas que vêm relatadas na obra de Pison, a Remirea marítima de Aublet ou Paratura, o Hypoporum nutans ou Junco de cobra ou Cálamo aromático, assim como o Caa-pim de cheiro e também o Capi-catinga ou Gramen odoratum, todas elas têm raízes amiláceas cheias de partes resinosas. A infusão é diafórica e diurética. O A. St´Hilaire descreve na segunda parte de sua viagem para o distrito diamantino em Minas Gerais uma outra espécie, o Cyperus cespitosus, cujas virtudes medicinais por ora são desconhecidas. (ver os nomes de Tuneo de cobra, Paraturá e Tiririca)