História Natural. O Frei Vellozo, falando da Canella preta, limita-se a declarar que a árvore é alta, hermafrodita, de folhas lanceoladas e que a corola tem três pétalas. O ilustre botânico não teve ocasião de ver a flor nem a fruta. Nees acrescenta que o perianto é dividido em seis partes, rodada; nove estames; anteras ovadas; estilete curto; estigma decotado; baga metida dentro do tubo do perianto transformado em uma escudilha côncava.
Análise Química. As folhas abundam em óleo aromático volátil e cheiroso. Obtém-se da árvore bastante tanino, goma e sais à base de potassa e cal.
Propriedades. Em medicina, as folhas aromáticas são empregadas nas afecções nervosas em infusão ou decocção e causam suores e secreção urinária. Nas artes, a madeira é muito procurada para construção naval por ser duradoura. Ela engrossa muito e dela se fazem boas canoas. Nas províncias de Santa Catarina, onde ela abunda, fazem-se portadas, tabuados, linhas, barrotes, esteios, caibros, etc. É madeira de merecimento quer exposta, quer não ao tempo, resiste muito à umidade. Rara será a vez que se veja o bicho ou cupim nela. É boa de cortar verde ou seca e se reconhece logo pelo cheiro quando se trabalha.