História Natural. Planta europeia transplantada em algumas províncias do Império. Frei Velloso a descreve na sua Flora Allographica, p.217, do seguinte modo: “Raiz longa, dividida e entranhada profundamente na terra. Talo simples, esguio, roliço, rijo, cabeludo, alto de dois para três pés e irregularmente cercado de folhas. Folhas largas, dentadas, com a base prolongada pelo talo, oblongas ou ovais, algumas vezes apontadas, ou pontudas, endentadas pela margem, de uma cor verde pálida ,e em ambos os lados, cobertas de uma penugem espessa, esbranquiçada e mole. Brácteas alanceadas ou lacioladas, com as pontas adelgadas, aveludadas no lado inferior, e no superior lisas e mais compridas que o cálice. Flores amarelas situadas em espiga, apertadas, compridas, inclinadas e terminais. Cálice repartido em cinco segmentos pontiagudos, pilosos exteriormente. Corola de um só pétalo amarelo, repartido no limbo em cinco segmentos desiguais, embotados, ovais, venosos, levemente endentados e aguçados. Cinco filamentos peludos, desiguais no comprimento, e duas anteras avermelhadas; ovário arredondado, aveludado. Estilete simples; estigma comprido; cápsula oblonga repartida em dois alojamentos e com duas portas. Muitas sementes, miúdas e angulares”
Análise Química. Segundo a análise de Morin, as flores são compostas de um óleo amarelo volátil, um ácido gordurento, ácidos málico e fosfórico livres, fosfato e malato de cal, acetato de potassa, açúcar incristalizável, goma, clorofila e matéria resinosa amarelada. Ultimamente, Mr. Rossignol encontrou grande porção de nitrato de amoníaco no Verbascum thapsus (Compte rendu de L´Académie des Sciences, août. 1842)
Propriedades. Frei Vellozo aponta na Flora Fluminense uma espécie única Verbascum blataria que não é do mesmo nome de Linneo, a qual tem as folhas oblongas, glabras e que se cultiva nas hortas. José Monteiro de Carvalho, no seu dicionário, diz que a semente purga e que o cozimento das folhas cura as chagas das pernas. O que é mais vulgar e mais exato é que o Verbasco branco ou Candelária é eminentemente peitoral. Receita-se o chá das flores, um excelente remédio tomado quente nos casos de defluxo, de catarral, de cólicas e de ardor de urinas. O cozimento das flores e das folhas serve para preencher a mesma indicação quer em banhos locais, quer em clisteres. A água destilada das flores é tópica, calmante das queimaduras. Scopoli assevera que na Camiola, província do Império Austríaco, passa a Candelária por ser remédio específico das moléstias pulmonares.