Cana do brejo

Costo arabico, Jacuacanga, Costus arabicus de Linneo, Alpinia spicata Jacquin, Monandria Monogynia, Família das drimyrrhizeas de Ventenat

Cana do brejo

    História Natural. Rizoma ou raiz articulada, grosso, inodoro, amarela pálida, talos longos, folhas oblongas, assoveladas, setáceas por baixo, dispostas em espiral. Espiga densa, brácteas luzidas, flores inodoras, cápsula glabra, dura, de cor vermelha escura com fendas laterais e sementes angulosas e denegridas (Roxburg). As raízes são picantes ao gosto e mais ou menos aromáticas, flores belas, irregulares e sem cheiro. Conhece-se a espécie chamada vulgarmente no Rio de Janeiro de Cana do brejo branca. Há também outra conhecida como Cana do brejo roxa, denominação proveniente da cor particular da flor em cada uma destas espécies.

    Análise Química. Obteve-se óleo essencial, extrato resinoso que conserva o cheiro aromático da raiz. O suco que se extrai do seu tronco é ácido.

   Propriedades. Não se deve confundir a Cana do brejo com outras canas e, sobretudo, as várias espécies de Costus que figuram na matéria médica, principalmente na dos antigos. A virtude da Cana do brejo, diz Vicente Gomes da Silva, é tônica e oftálmica. As suas raízes, segundo o Dr. Emílio Joaquim da Silva Maia (Revista Médica Fluminense, p.495), são estimadas como diuréticas, emenagogas e diaforéticas. O suco é excelente remédio contra a gonorreia, e não um medicamento antisifilítico em geral como têm pensado alguns práticos fluminenses. O suco tem uma ação especial sobre o sistema urinário e, tanto é real esta última propriedade, que as urinas dos enfermos que se acham em uso deste suco têm um ligeiro cheiro de violetas. O Dr. J.J. da Silva recomenda o uso da  Cana do brejo no curativo da morfeia. Algumas pessoas, em lugar de mastigarem este vegetal e engolirem o seu suco como diz Marcgrave, usam do mesmo suco tomado às colheres ou do cozimento das folhas e do tronco; porém, desta última maneira, a sua ação curativa é mais branda (Revista Médica). Dá-se este suco em colheres de sopa uma ou duas por dia. Também se faz um bom extrato que se receita em pílulas, porém não é de uso vulgar.

 

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